Determinado irmão pediu-me - USANDO EU O HINÁRIO ATUAL - para refutar o ensino propagado por Sabélio, pediu-me o irmão que eu utilizasse o ponto de doutrina 2. Vejamos logo abaixo o que o nobre irmão me enviou sobre o conceito que Sabélio tinha a respeito de Deus:
‘Deus, com respeito à hipótese é um, mas foi personificado na Escritura de várias maneiras, segundo a necessidade do momento’.
Irmãos, o que esta afirmação tem a ver com nossa doutrina Trinitária? – Nada a ver!
Na verdade, para nós, Deus é “um” de “unidade”. Mas, para Sabélio, não há “Pessoas” (plural) em Deus, mas “pessoa” (singular).
O conceito sabeliano acerca da Divindade é que, ‘segundo a necessidade do momento’ – diga-se de passagem – no Antigo Concerto, a ‘única’ (?) pessoa da Divindade assumia a personalidade de Pai. Mas, chegando o tempo determinado pelo seu decreto, Ele Deixou a personalidade de Pai para assumir outra, isto é, a de “Filho”; desta forma a personalidade de Pai deixou de existir ao assumir a de Filho, afinal de contas, NINGUÉM é pai de si mesmo.
Assim, como todas as coisas – segundo as Escrituras - possui seu tempo determinado, o Filho, ‘por necessidade do momento’ também precisava subir ao alto para assumir ‘outra’ personalidade, a de Espírito Santo. Sendo assim, quando Jesus – dizem – assumiu a ‘personalidade’ de Espírito Santo, deixou de ser Pai e Filho, isto é, as duas personalidades anteriores “já eram”! Outrossim, ao assumir uma, deixa-se as outras! Isto ‘explica’ (?) – dizem - que na Divindade só pode haver uma pessoa, e não três!
Volto a repetir: - O que nossa crença trinitária tem a ver com essa forma de doutrina? – Absolutamente, NADA! Como fui questionado em provar dentro do nosso atual credo doutrinário a – disse-me ele - ‘tentar’ rebater essa afirmação de Sabélio; então, basta conferir:
Nosso atual credo Doutrinário deve ser observado – um bom observador sabe disso - em todos os seus detalhes, palavra por palavra e referência por referência Bíblica. Afinal, tudo faz parte do credo e nada pode ser deixado de lado no campo de observação.
“2. Nós cremos que há um só Deus vivente e verdadeiro, eterno e de infinito poder, Criador de todas as coisas, em cuja unidade estão o Pai, o Filho e o Espírito Santo. (Efésios, 4:6; Mateus, 28:19; IJoão, 5:7).”
A devida doutrina, antes de ser formulada, foi examinada nos seguintes textos que dariam suporte às afirmações de fé trinitariana, estes foram os textos examinados:
Efésios 4:6: “Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.”
Mateus, 28:19: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.”
I João, 5:7: “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um.”
Como se pode ver, amados, a Doutrina Trinitária tem em si a afirmação – claríssima – em nosso artigo 2, de que no céu há uma pluralidade de Pessoas em Deus, a prova está em I João 5.7! Em tal texto diz que no “céu”, o Pai, a Palavra e o Espírito Santo são “três que testificam”, são TRÊS TESTEMUNHAS!
Porque João, pelo Espírito Santo escreveu, “testificam”? – Porque pela Escritura que lhe era familiar, sabia-se que Ela determina que haja duas ou três pessoas para testificar algo. Sobre este verso, o teólogo trinitário N. Lawrence Olson, comenta:
“Segundo a Bíblia, era necessário que houvesse duas ou três testemunhas para provar alguma coisa. Se fosse verdade que Jesus é a única pessoa da Divindade, então o testemunho seria incompleto sobre a filiação de Jesus Cristo.” (Lawrence Olson, N. O Batismo Bíblico e a Trindade, pág.78. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil).
Sobre a mesma referência Bíblica presente em nosso atual ponto de doutrina, não se pode negar que – como dizem – está na “cara” que é trinitário:
“A única passagem que fala de trindade é 1Jo 5.7, mas sua genuinidade é duvidosa, razão pela qual foi eliminada das mais recentes edições críticas do Novo Testamento.” (Berkhof, Louis. Teologia Sistemática, pág. 83, 3ª Edição - 2008. São Paulo, Brasil. Editora Cultura Cristã).
Sendo duvidosa ou não, tal verso foi escolhido para nos servir de referência pela sua clareza trinitária. Assim, o determinado versículo ora comentado está embasando Mateus 28.19 como sendo as mesmas que testificam em I João 5.7, que por sua vez levam ao apontamento final de Efésios 4.6; em cuja unidade é chamado de “Deus”, para ser mais preciso, O Deus!
Assim, se Jesus, sendo o Filho, anteriormente tivesse sido o mesmo Pai, porventura não seria Pai de si mesmo? – Isto não acarretaria em discrepância?
No caso de Gabriel, caso fosse ter com o Pai, mas chegando à presença Divina se deparasse com a personalidade do Filho, teria de esperar que Este assumisse a outra personalidade, a de Pai. Destarte, embora Sabélio afirme que em Deus há uma só pessoa com personalidades múltiplas, não deixa de ser a mesma pessoa, pois duas personalidades deixam de existir conquanto esteja assumindo uma.
Esta crença não satisfaz a necessidade de três testemunhas/pessoas para testemunhar algo conforme nossa referência doutrinária de I João 5.7; pois, na doutrina sabeliana existe apenas uma.
Fica, assim, refutado o devido conceito Sabeliano por intermédio do nosso 2º ponto de doutrina presente no novo Hinário.
Deus abençoe.
Romário N. Cardoso
Caro irmão Romário,
ResponderExcluirAgradeço a forma notoriamente capaz como aceitou e deveras cumpriu o desafio que lhe deixei.
Encontro alguma satisfação nas suas palavras que vão ao encontro das minhas, e que aqui cito de um outro seu comentário:
"Entretanto, também sou partidário de que para evitar murmuração, não deveriam retirar o termo “três pessoas distintas”, embora “I João 5.7” transmita claramente esta doutrina. Destarte, quem possui os olhos embaçados não conseguirá compreender isto com facilidade, o que já está comprovado pelo teor dos nossos críticos."
Sabemos a simplicidade doutrinária vigente nas fileiras dos santos que connosco congregam na CC no Brasil e em Portugal (realidades próximas de si e mim, respetivamente), e rapidamente se percebe o quão difícil será fazer a esses entender, por forma a justificar, as mudanças agora produzidas aos nossos pontos de doutrina.
Vou doravante tentar evitar o espírito de murmuração que volta e meia se apodera de nós, fingindo provir do zelo, e aguardar que Deus esclareça todas as coisas, que creio, cedo se farão claras.
Deus abençoe o caro irmão.
Vitor silva
Amém, irmão.
ResponderExcluirÉ verdade que a maioria dos nossos irmãos sentirão dificuldade para entender os devidos artigos de fé já mencionados. Com certeza, prezado, os responsáveis pelo ocorrido possui a OBRIGAÇÃO em fornecer explicações à igreja, para dissolver qualquer mal entendido.
Meu trabalho é o de procurar interpretar conforme o que ESTÁ ESCRITO nos devidos pontos doutrinários, razão maior que me levou a criar este blog. Certo é, se algum membro - seja quem for ele - DISCORDAR do que está escrito em nossos pontos doutrinários, não passa de opinião pessoal dele, ainda que seja dito por ancião; eu fico com o que está escrito nos pontos de doutrina - são Bíblicos - e não com argumentos contraditórios a ela.
A Espada do Espírito (Efésios 6.10) nos foi dada para ser manejada "à direita" (internamente) e à "esquerda" (externamente); isto é, aos de dentro e aos de fora!
Sejamos sóbrios...
Deus o abençoe, querido.
Explicando melhor:
ExcluirO que me levou a criar este blog, foi a necessidade que eu vinha a muito observando em nosso meio de fornecer explicações embasadas aos nossos irmãos, necessidade esta presente em vários pontos de nossa doutrina que é pouco compreendido pela igreja. Os nossos irmãos, principalmente os do ministério, DEVEM examinar os nossos pontos de doutrina, ler várias vezes as referências que são as bases da fé, compreendê-la de maneira tal que possa dissolver a dúvida de qualquer um que o indague.
Isso só é possível, se a igreja começar a fazer perguntas a diretamente a eles, incomodá-los, colocando-os no "paredão" sobre detalhes de doutrina... Repíto, ELES SÃO OBRIGADOS A ISTO! FORAM COLOCADOS PARA ENSINAR O POVO!
Há um provérbio grego (desconheço a autoria) que diz:
"Perante Deus, o homem erra sob três formas:
1 - O que não sabe, e não pergunta;
2 - O que sabe, e não ensina;
3 - E o que ensina, mas não pratica."
Que Deus nos livre destes três erros!
Deus o abençoe.