No Hinário – Livro 4 – o devido ponto doutrinário diz:
“5. Nós cremos que a regeneração,
ou o novo nascimento, só se recebe pela fé em Jesus Cristo, que
pelos nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação. Os que
estão em Cristo Jesus são novas criaturas. Jesus Cristo, para nós, foi feito
por Deus sabedoria, justiça, santificação e redenção. (Rom., 3;24 e 25; I Cor.,
1:30; II Cor., 5:17).” – O negrito é meu.
Assim, a “regeneração”
é apresentada como sendo o mesmo “novo
nascimento”, isto é patente pelo significado Bíblico do termo, pois a
palavra grega para o substantivo “regeneração”
é paliggenesia, termo que é formado de duas
palavras, a saber, palin (de novo) e genesis (nascimento); isto é, “nascer
de novo” ou “novo nascimento”!
Portanto, a regeneração é o mesmo que
novo nascimento, por isso que o
devido Hinário 4 diz “regeneração, ou o novo nascimento” (tanto faz o uso de um termo, ou, do outro; dá no mesmo.).
Mas agora, no Hinário – Livro 5 – o devido ponto doutrinário
além de modificar a posição das palavras, entre os dois termos acrescentou “e a”, denotando dois acontecimentos
espirituais, esse argumento é endossado mais adiante pelo plural “recebem”, em vez de “recebe” – no singular - como consta no
livro 4. Ainda que os termos estejam modificados
quanto à posição anterior, o
significado dos dois termos continua sendo “uno” (um só), não há problema algum. A questão interessante é
levantada no acréscimo de “e a” e pelo plural “recebem”,
denotando duas coisas recebidas “novo
nascimento” (regeneração) e “regeneração”
(novo nascimento); antes de entrar no mérito da questão, vejamos como ficou com
essa alteração:
“5. Nós cremos que o novo nascimento e a regeneração só se recebem
pela fé em Jesus Cristo, que pelos nossos pecados foi entregue e ressuscitou
para nossa justificação. Os que estão em Cristo Jesus são novas criaturas.
Jesus Cristo, para nós, foi feito por Deus sabedoria, justiça, santificação e
redenção. (Romanos, 3:24-25; I Coríntios, 1:30; II Coríntios, 5:17)”. – O
negrito é meu.
Jesus manifestou a necessidade do ser humano nascer de novo, e isto, envolve o nascer
da “água” e do “Espírito”; portanto, duas
coisas: "da água e do Espírito."
Com efeito:
“Jesus respondeu: Na
verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer (genesis) da
água e do Espírito, não pode entrar
no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.” (João 3.5,6).
– O negrito é meu.
Ora, o ponto doutrinário distingue os dois nascimentos, o
nascimento da água e do Espírito que só se recebem pela fé em Jesus Cristo.
Nota-se que esse “e do” serve para
distinguir uma coisa da outra. Um exemplo
disto é Mateus 28.19, onde “e do” é termo distintivo entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo,
como pessoas distintas.
O nascer da “água”, amados, não se refere às
águas batismais, mas a mesma água que mata nossa “sede” espiritual (João 7.37) e nos “limpa” de nossos pecados (João 15.3), a Palavra de Deus. Somente Cristo pode nos saciar com sua água e nos limpar, a
Escritura mostra a necessidade do novo nascimento, cujo nascimento é gerado pela Palavra (Tiago 1.18). O nascer da “água”
não deve ser separada do nascer do “Espírito”,
pois há relato na Bíblia de pessoas que nasceram da “água” – palavra pregada por João Batista – sem
terem o conhecimento da pessoa e obra do “Espírito Santo”:
“Disse-lhes:
Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem
ainda ouvimos que haja Espírito Santo.” (Atos 19.2).
Portanto, só Jesus pode nos fornecer a água e o Espírito para o
ser humano nascer pela fé, não do que é terreno, mas de Deus:
“Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da
carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. (João 1.13). – O negrito é
meu.
Sendo Deus Espírito, a água fornecida é espiritual e não
material. O que nasce da matéria é matéria, mas o que nasce de Deus é
espiritual, coisa que Nicodemos não compreendia (João 3.4,5). Pela Palavra
(água) o Espírito (João 16.8)
convence o homem do pecado, e da justiça e do juízo, sem o Espírito, não há
novo nascimento para o ser humano! Esse novo nascimento só se recebe pela fé em Jesus Cristo,
conforme as referências de doutrina contida no artigo 5:
“Sendo justificados
gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual
Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua
justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus”.
(Romanos 3.24,25)
“Mas vós sois dele, em
Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e
santificação, e redenção”. (I Cor 1.30).
“Assim que, se alguém
está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se
fez novo.” (II Coríntios 5.17).
Sim, em Cristo tudo se fez “novo”, e isto se inicia no novo
nascimento, o nascimento da água
e do Espírito presente nela, a água
divina que nos gerou em Cristo (Tiago 1.18). Finalmente, “regeneração” e “novo nascimento” são duas
palavras, mas um mesmo significado; a “água” e o “Espírito” possuem um só
propósito: regenerar o homem.
Deus abençoe.
Romário N. Cardoso
Fontes:
. Hinos de Louvores e
Súplicas a Deus – Livro 4 – CCB;
. Hinos de Louvores e
Súplicas a Deus – Livro 5 – CCB;
A Bíblia
Sagrada – Almeida Corrigida Fiel. São Paulo, Brasil. SBTB;
. O Novo Testamento – O
Texto Grego Base da Versão João Ferreira de Almeida de 1681, Trinitarian Bible
Society, London;
. Rusconi, Carlo.
Dicionário do Grego do Novo Testamento – Paulus.
A Paz de Deus,
ResponderExcluirInteressante sua argumentação bíblica para provar a irrelevância da revisão dos pontos de doutrina (1º,2° e 5°).
O ministério poderia utilizá-los para, pelo menos para tentar justificar as alterações a irmandade.
Em Cristo,
Deus o abençoe pelo comentário.
ExcluirAntes e depois da mudança a máxima é a mesma: Só se recebem pela FÉ.
ResponderExcluiratt
Lucas
Verdade, irmão Lucas. Deus abençoe.
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