terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

ENSINANDO ONDE ESTÃO AS TRÊS PESSOAS DISTINTAS


Esclarecimento: Esta matéria é uma refutação ao comentário feito pelo irmão Ricardo em seu blog: http://bereiano.wordpress.com/2013/02/22/onde-estao-as-tres-pessoas-distintas/#comments
Visto que o mesmo analisou um verso meu sobre o artigo 2, não citando-a na íntegra e com corte na parte conclusiva de meus argumentos, sinto-me no direito de lhe dar uma resposta mais abrangente. Houve sim, uma mudança de termos no artigo de doutrina, e não mudança doutrinária, que isto fiquem bem claro.

Enquanto a matéria do irmão Ricardo possui o título “ONDE ESTÃO AS TRÊS PESSOAS DISTINTAS?”, em resposta a ela, o título da minha é:

        ENSINANDO ONDE ESTÃO AS TRÊS PESSOAS DISTINTAS

O hinário da CCB, livro 5, além de trazer novos hinos e modificar letras e notas musicais de muitas outras, também retirou algumas palavras substituindo-as por outras nos artigos de fé “1, 2 e 5” dos Pontos de Doutrina e da Fé que uma vez foi dada aos santos. Nossas matérias dizem respeito ao artigo 2, vejamos:

Hinário 4 – “2. Nós cremos que há um só Deus vivente e verdadeiro, eterno e de infinito poder, Criador de todas as coisas, em cuja unidade há três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. (Ef., 4:6; Mat., 28.19; I João, 5:7)”.

Hinário 5 – “2. Nós cremos que há um só Deus vivente e verdadeiro, eterno e de infinito poder, Criador de todas as coisas, em cuja unidade estão o Pai, o Filho e o Espírito Santo. (Efésios, 4:6; Mateus, 28:19; I João, 5:7)”.

Com respeito a esta modificação hinários 4 e 5, foi comentado pelo irmão supracitado:

A afirmação “há três pessoas distintas” foi substituída pelo verbo “estão”. Entre os que já estavam atentos à edição, há os que são contrários e argumentam que a Declaração ficou indefinida podendo ser confundida com o credo unicista; e os que são favoráveis e argumentam que o texto ficou melhor, mais objetivo e não deixa nenhuma dúvida. Os últimos negam que existe confusão porque para ser uma Declaração Unicista o verbo estaria no singular. Para estes o verbo na 3ª pessoa do plural resolve todos os problemas porque “ao dizer “estão” em vez de está (singular), reforça-se a pluralidade de pessoas.

De início, desejo repudiar este último trecho por ser completamente espúrio: “Para estes o verbo na 3ª pessoa do plural resolve todos os problemas porque “ao dizer “estão” em vez de está (singular), reforça-se a pluralidade de pessoas”.

Além de procurar passar o meu argumento como um ‘problema’ (?), procura-se transmitir aos outros como se crêssemos que o verbo “estãoresolvesse tudo e que nada mais precisaria ser dito. Isto é um subterfúgio encapado com palha seca que ao simples cheiro do fogo, vira cinza. Somente pessoas imprudentes dariam crédito a isso, basta examinar minha matéria para comprovar que tal informação não procede, se o simples estãoresolvesse tudo’, eu não me daria ao trabalho de explicar todo o 2º ponto doutrinário. Na verdade, são eles se apegam apenas à palavra “estão” - tirando-a do contexto - para argumentar seus silogismos equivocados. Digo mais, da mesma forma que o “estão” não resolve tudo, o mesmo é válido para a afirmação “há três pessoas distintas”!

O simples dizer “estão” ou “há três pessoas distintas” não provam nada sem as devidas fontes Bíblicas, seriam insuficientes para provar uma doutrina, sendo necessárias fontes Bíblicas; em razão disto a Congregação precisa testificar apresentando as devidas fontes para sustentar o que é dito, a saber: 

Efésios, 4:6; Mateus, 28:19; I João, 5:7

Nenhuma doutrina pode ser comprovada e estabelecida sem a legitimação das Sagradas Escrituras, do contrário, sem sustentação Bíblica qualquer afirmação cai por terra. Os que são contra a devida mudança de termos - não doutrinária – precisam explicar (desesperadamente) o termo “estão” bem longe do seu contexto para seus questionamentos ganharem “capa” de legitimidade.

. Definindo nosso credo Trinitário X credo Unicista

1 – Doutrina da Trindade no artigo 2. Nosso atual credo diz que cremos em um só Deus, em cuja unidade estão o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Para sustentar o que é dito, a Congregação apresenta a prova Bíblica que fala da “unidade de Deus” que é Efésios 4.6; para sustentar a “pluralidade” (estão) “o Pai, o Filho e o Espírito Santo” as provas Bíblicas apresentadas são Mateus, 28:19 e I João, 5:7

Tanto Mateus 28:19 quanto I João 5:7 são rejeitadas pelos unicistas exatamente porque são textos trinitários. Em razão de o texto de Mateus 28: 19 apresentar “o Pai, o Filho e o Espírito Santo” que é citado pela Congregação, é porque diz respeito à fórmula batismal Trinitariana. Completamente contrária à fé Trinitária professada pela Congregação, o batismo dos unicistas não são feitos à base de Mateus 28:19, eles batizam somente em nome de Jesus e não em nome das três pessoas apresentadas (Mateus 28:19).  

Mas, a pergunta do texto ora em refutação, é: “Onde estão as três pessoas distintas?

A resposta a esta pergunta está em Mateus 28:19 (Batismo Trinitário) e I João 5:7 (três testemunhas), estas são as bases do 2 Ponto doutrinário que destacam e falam do Pai, do Filho (Palavra) e do Espírito Santo como “testemunhas” ou três pessoas distintas.

2 - A doutrina unicista - Esta REJEITA o batismo em nome da Trindade conforme Mateus 28:19 exatamente por ser uma fórmula Trinitária, os unicistas batizam SOMENTE EM NOME DE JESUS! Também rejeitam o texto de I João 5:7 onde o Pai, a Palavra (o Filho) e o Espírito Santo são apresentados como três testemunhas (Pessoas distintas). Portanto, ambas as bases do 2º ponto doutrinário da Congregação (Mateus 28:19; I João 5:7) são genuinamente TRINITÁRIOS!

Portanto, a redação do artigo 2 da Congregação não permite duas interpretações exatamente por causa da sua consistência e grau de intensidade Trinitariana. Mas... Continuemos...
. Nenhuma palavra deve ser examinada fora do seu contexto

Quando o artigo doutrinário diz “estão”, tal termo DEVE ser analisado dentro da LEI DO CONTEXTO do devido artigo de fé, e é exatamente aí que cai tanto o “cavalo” (argumento) quanto os “cavaleiros” (discordantes) por quererem sustentar e explicar seus argumentos usando a palavra “estão” em outros contextos completamente diversos do ponto doutrinário. Vejam estes exemplos que foram mencionados:

Exemplo 1.As três coisas que mais amo na vida são: você, você e você” – Aqui o verbo foi usado no plural não para indicar pluralidade de pessoas, e sim para indicar o grau, a intensidade do amor por uma pessoa.

Neste exemplo, ao digitar, o “Word” grifou de verde o “são” e no lugar sugeriu “é”, pois pelo fato de três vezes haver a repetição “você”, não quer dizer que sejam pessoas diferentes, mas a mesma, o que torna um erro o verbo no plural. Para demonstrar intensidade não é necessário que o verbo “ser” (é) esteja no plural. Um exemplo Bíblico:

(...) e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir. (Apocalipse 4.8).

Mas com respeito ao artigo 2, que rejeitou a indicação do Word  de "estão" para "está", preferindo a primeira, é intencional a preferência pluralizada em vez da singularizada, pois tinha que concordar com as referências Bíblicas de Mateus 28:19 e I João 5:7 que indicam pluralidade de pessoas.

A tríplice repetição "Santo, Santo, Santo" denota intensidade, ainda que o verbo “ser” (é) esteja no singular. E por falar em INTENSIDADE... A Congregação Cristã no Brasil denota “intensidadetrinitária em sua doutrina, pois há dois artigos genuinamente Trinitários, a saber, o artigo 2 e o artigo 6 (Mateus, 28:19) que fala do batismo trinitariano!

Volto a repetir, o artigo 6 da Congregação, é outro artigo de fé Trinitário, os unicistas não batizam em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo! Portanto, os argumentos de quem diz o contrário não passam de "vento" e "nada", comparados aos nossos dois pontos de doutrina trinitariano (2 e 6).

Exemplo 2.No banco está sentada Maria e seus dois irmãos” – Quantas pessoas estão sentadas do banco? Três pessoas e, no entanto, o verbo está no singular.” – O negrito é meu.

Ora, o verbo está no singular porque o pronome possessivo (seus) já está no plural. Isto, por si só denota a presença de pluralidade de pessoas, “seus dois irmãos”. Curioso é que nessa redação acima ele não disse que o que acabou de citar também permite “duas interpretações”; ou seja, como “três manifestações de Maria” (risos). Pudera, a “regra” (?) usada por eles só é ‘válida’ para o artigo da Congregação. Vejamos este mesmo verso, mas sob outro ângulo de observação:

Estão sentados no banco Maria e seus dois irmãos” – Quantas pessoas estão sentadas no banco? Três pessoas e, no entanto, o verbo permanece no plural.

Notaram como o argumento deles baseia em um joguinho de palavras?

Exemplo 3.Os amores da minha vida são a funcionária da pizzaria, minha mulher e a mãe dos meus filhos” – De quantas pessoas estou falando? Quem me conhece poderá confirmar que estou falando de uma pessoa apenas, mas quem não me conhece não poderá assegurar isto, o mínimo raciocínio o fará especular: A funcionária da pizzaria é uma amante? A mãe de seus filhos é ex-mulher? Este que não me conhece precisaria fazer uma pesquisa para saber a quantas mulheres me refiro.

Nota-se mais um joguinho de palavras. Sobre “os amores da minha vida” apresenta um erro crasso na devida redação em querer dizer que se refere à mesma pessoa, mostro em negrito e grifo os devidos erros:

Os amores da minha vida são a funcionária da pizzaria, minha mulher e a mãe dos meus filhos”.

Os plurais os amores e são, tornam-se necessárias exatamente pela clara distinção entre “minha mulher e a mãe dos meus filhos”. Deve ter esquecido que em um texto, o verbo deve concordar com o sujeito em número e pessoa, é a gramática quem ensina isso.

Sem a presença do a que faz distinção entre "minha mulher" e  a "mãe dos meus filhos", seriam descartados os plurais “meus amores” e “são”, ficando no singular. Retirando-se o "a", torna-se necessário a retirada de qualquer termo pluralizado por estar indicando uma única pessoa que é amada:

O amor da minha vida é a funcionária da pizzaria, minha mulher e mãe de meus filhos.”

Esta redação, sim, diz respeito à uma única pessoa, o mesmo não se pode dizer da anterior.

Não sou professor de português, mas assim que me deparei com a devida frase, logo percebi o erro. Creio que meus argumentos bastam para demonstrar quão frágeis são os questionamentos dos que se opõem ao hinário 5.

Deus vos abençoe.

Romário N. Cardoso

Um comentário:

  1. A paz de Deus!

    Estimado irmão;
    Brilhante dissertação, destarte a razão fica em segundo plano, "A capacidade de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, que é o que propriamente se denomina o bom senso ou razão, é naturalmente igual em todos os homens" (René Descartes).

    Dito popular: “Futebol, religião e política: Essas coisas não se discutem...”

    É interessante como nós temos o senso crítico aguçado, principalmente, em algo que nos interessa, o novo sempre causa impacto. Devemos colher o de melhor, e descartar a deturpação de nossos princípios. Por isso o dito popular não tem prevalência nessa matéria.

    Só devemos tomar cuidado, “Uma discussão prolongada significa que ambas as partes estão erradas.” (Voltaire).

    Cediço que mudanças em pontos referenciais em uma instituição, no nosso caso (Fé e Doutrina) com pluralidades de seres, iriam gerar muita celeuma.

    A hermenêutica é uma ciência que requer aperfeiçoamento em leitura e escritas, e muitos de nós não estamos preparados para o assunto. Talvez isso seja o ponto de desequilíbrio. (há três pessoas distintas), (estão A, B e C) qual a diferença? Mudou o contexto?

    Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las. (Voltaire).

    Mas o ilustre irmão vem se saindo muito bem, no esforço de esclarecer aqueles que combatem, nem só a CC, como a explanação de suas pesquisas e afirmações.

    Deus nos abençoe!


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