Nota inicial: Esta
minha refutação, como bem afirmou o amado irmão Ricardo ao manifestar seu ponto
de vista à minha matéria, trata-se apenas de confronto de ideias e isto, embora
sejamos discordantes em alguns pontos, como ele bem afirmou... “não nos fazem
adversários”. Também tenho grande estima e admiração pelo ilustre irmão Ricardo
e, assim, este meu comentário é uma resposta ao devido comentário presente em
seu blog. Os argumentos do irmão Ricardo estarão de vermelho, ao passo que minhas respostas estarão na cor verde. Inicialmente, será postado o devido ponto doutrinário como referencial da questão levantada.
Ao irmão Ricardo e
leitores, um forte abraço fraternal.
“1
– Nós cremos na inteira Bíblia Sagrada e aceitamo-la como contendo a
infalível Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo. A Palavra de Deus é a
única e perfeita guia da nossa fé e conduta, e a Ela nada se pode acrescentar
ou d’Ela diminuir. É, também, o poder de Deus para salvação de todo aquele que
crê. (II Pedro, 1:21; II Timóteo, 3:16,17; Romanos, 1:16)".
Vamos lá:
Sobre
a Bíblia, em minha
opinião, só existe uma afirmação: “Contém a Palavra de Deus”. As outras duas
afirmativas referem-se à Palavra de
Deus que ficou distinta da Bíblia pela primeira afirmativa. O
“contendo” fez da Bíblia mero recipiente, e da Palavra de Deus um componente.
O devido tópico aponta três frases afirmativas, cada frase
é finalizada com um ponto final, esta pontuação indica que cada uma delas é
completa. Assim, inicia-se outra afirmação acerca da Bíblia Sagrada, que por
sua vez, também é completada com outro ponto; esta é a função principal do “ponto
final” (.) em nosso
artigo de fé, que é delimitar uma frase, de outra; é a gramática quem ensina
isso. Na “terceira” afirmativa, afinal de contas, o quê o devido texto está
afirmando que “É” o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, se não
o assunto ou tema principal do artigo, a “BÍBLIA”? Igualmente, o que é afirmado na terceira
afirmativa, também o é na “segunda” e na “primeira”. As três afirmativas possuem a “Bíblia” como PALAVRA CHAVE do centro de
suas afirmações, sendo Ela o tema central do ponto doutrinário.
Digo mais, da
mesma forma que não vejo erro algum em nosso artigo de fé; o mesmo é dito
acerca da Bíblia Sagrada Tradução Brasileira: Na folha de rosto consta "Bíblia Sagrada contendo o Antigo e o Novo Testamento". Nem por isso, ambos os Testamentos
deixam de ser “Palavra de Deus”.
O ponto doutrinário, acerca da BÍBLIA, diz que ACEITAMO-LA COMO:
1ª – Bíblia, aceitamo-la
como: Contendo a infalível Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo.
2ª – Bíblia, aceitamo-la
como: A Palavra de Deus é única e perfeita regra de fé e conduta (...).
3ª – Bíblia, aceitamo-la
como: O poder de Deus para salvação de todo aquele que crê.
Estas são as três frases a respeito da Bíblia, esta é a
definição tal como “aceitamo-la”. Negar isto é querer tampar o sol com peneira. Lembrando que um dos referenciais presente no artigo, que dá sustentação aos meus argumentos em favor do devido ponto doutrinário, é categórico:
II Timóteo 3:16-17: Nós
cremos... “Toda a Escritura é
divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente
instruído para toda a boa obra.”
Portanto, argumentar que nosso ponto doutrinário não reconhece "Toda a Escritura como divinamente inspirada", não procede.
o vocábulo "conter" é sinônimo de
"ter". Para ambos os casos e tantos outros, a palavra usada no Novo
Testamento é uma só, a saber, "echõ", tal termo ocorre 709 vezes em suas mais variadas formas de
acordo o contexto. Apenas dois exemplos:
“Ao qual pertencia um altar de
ouro para o incenso e a arca da aliança totalmente coberta de ouro, na
qual estava uma urna de ouro "contendo" (Gr. echõ) o maná, o bordão de
Arão, que floresceu, e as tábuas da aliança”. (Hebreus 9.4 - RA). - As
aspas são minhas.
“Respondeu-lhe, pois,
Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu "tens" (Gr. echõ) as
palavras da vida eterna”. (João 6.68). - As aspas são minhas.
Assim,
embora haja nas Escrituras mensagens dos registros das Palavras ditas
pelos fariseus, apenas as de Jesus transmitiam salvação.
O
que foi considerado um “pormenor doutrinário” para mim é sumário; Se para ele a
mudança foi “devida” e acertada, para mim era desnecessária e está errada; Ao
final veremos se a explicação foi tão “plausível” (digna de aplauso e
aprovação) conforme a definiu.
Nada há de errado, desde que seja bem compreendida. A mudança
de um termo por outro, apenas acrescentou algo sem negar a afirmação anterior.
Como bem demonstrado acima. Eu, pelo contrário, não preciso chegar “ao final” para
comprovar isso, já comecei desde o início.
Do
Trocadilho:
“MENSAGEM DO REGISTRO X REGISTRO DA MENSAGEM –
Explicando os dois extremos teológicos:”
Qual
de vocês já tinha ouvido esta expressão? Confesso que pra mim que gosto de
trocadilhos foi novidade, ele nos foi apresentado como “os dois extremos
teológicos”, o que, de imediato, me causou estranheza. Como poderia haver
compatibilidade entre dois extremos teológicos? Entre dois extremos o mais
lógico é que haja discrepância, não concordância.
Ora, desde quando uma “expressão” (dito, revelação) para ser aceita precisa ter
sido ouvida anteriormente? Citarei apenas um exemplo falível dessa argumentação:
- Quando a expressão “Trinitas” (Trindade) foi dita por Tertuliano pela
primeira vez, também soou como “novidade” aos seus ouvintes, causando-lhes de imediato, estranheza;
principalmente entre os unitaristas; nem por isso deixou de ser Bíblica. Apenas
no desenrolar dos dias e anos comprovou-se realmente sua veracidade, sendo
aceita – como sendo verossímil - não por todos, é claro. Ora, meu querido, da
mesma forma que uma só moeda possui seus dois extremos “cara e coroa”, a Bíblia
também possui seus extremos “início e fim, benção e maldição, vida e morte, eterna
alegria e tormento eterno, céu e inferno”, estas extremidades estão
presentes nela.
Já
ocorre a primeira complicação: Se, “aceitamos da Bíblia a MENSAGEM DO REGISTRO
como inspirada por Deus apenas as que tiveram origem ou procedência em Deus”,
por regra hermenêutica haveríamos de aceitar as “mensagens do Diabo” como
inspiradas pelo Diabo, e as “mensagens do homem” como inspiradas pelo homem.
Então na Bíblia haveria a inspiração divina, a inspiração diabólica e a
inspiração humana; estaria O Criador, a criatura e o Mentiroso falando pelas
Escrituras, um absurdo total porque a Bíblia poderia tanto redimir como enganar
tendo palavra de salvação e de perdição.
Ora, amado irmão, devemos estar atentos para distinguirmos
quem está falando por meio da mensagem registrada, um claro exemplo:
“Então,
a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis." (Gênesis 3.4).
Embora o Senhor tenha inspirado o seu servo a Registrar a
mensagem dita pela serpente, quem é que está falando por meio da mensagem do
registro, Deus, ou o Diabo personificado na Serpente? Portanto, aceitamos como
inspirada por Deus apenas o “registro dessa mensagem”, e não a mensagem desse
registro que é o engano, a mentira; afinal, ela (serpente) falou influenciada
pelo Diabo, e não por Deus. A inspiração denota apenas a influência ou origem
que motivou alguém a falar ou escrever. Neste caso, o Escritor foi inspirado por
Deus para registrar a palavra mentirosa da serpente, ao passo que a serpente –
para enganar, mentir - recebeu sua influência de Satanás; todos sabem, ele é o
pai (fonte, origem) de toda a mentira, engano. Este verso acima serve para
demonstrar a diferença entre o quem vem a ser registro da mensagem como inspirada por Deus, e ao mesmo
tempo negar que a mensagem do registro
que é a “mentira” tenha sido proferida por inspiração Divina. Nossa doutrina
define esta verdade presente em toda a Bíblia.
Posso
assegurar que o Pr Antônio Gilberto, bem como o Pr Elienai Cabral, Pr
Claudionor de Andrade, Pr Presidente das AD José Welligton e outros editores da
revista Lições Bíblicas CPAD, que utilizei muitas vezes para estudar, jamais
diriam, sob qualquer aspecto, que a Bíblia contém a Palavra de Deus. Então o que foi que lemos?
Prezado irmão, eu não disse que no devido livro estaria “escrito”
– literalmente – a palavra “contendo” ou que ele proferiu tal termo que, ante a
clareza do que é dito por si só descarta a necessidade de estar escrito o
“contendo”. O seu mesmo ponto de vista também é compartilhado pelas Testemunhas
de Jeová, pois eles crêem que, jamais, sob qualquer aspecto a Bíblia diria
“Trindade” acerca de Deus. Tanto um (contendo) como outro (Trindade), é
subentendido, implícito na Bíblia. Explicarei isto mais à frente.
“No
estudo da Bíblia é preciso observar quem está falando através do registro
sagrado.” (Gilberto, Antônio. Manual da Escola Dominical – Pela Excelência
do Ensino da Palavra de Deus – Edição Atualizada, 14ª Edição/1995, pág. 53,
Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) – Rio de Janeiro, RJ, Brasil).
No tocante ao verso por mim mencionado, Gênesis 3.4, quem
está falando por meio do registro sagrado, Deus ou o Diabo? - O Diabo, por
certo. Ora, não sendo Deus quem está falando, por questão de lógica, seria
ilógico afirmar que o Diabo falou por inspiração divina. A inspiração está
apenas no registro dessa mensagem. Afinal de contas, porventura a Bíblia não é
composta de registros Sagrados do início ao fim?
1. Deus;
2. Homem;
3. Diabo.
Com
efeito:
“O
Diabo. A Bíblia registra palavras e mensagens dele. Nos casos 2 e 3 acima, a
inspiração divina consiste do registro da mensagem e não da mensagem do
registro!” (Gilberto, Antônio. Manual da Escola Dominical – Pela Excelência
do Ensino da Palavra de Deus – Edição Atualizada, 14ª Edição/1995, pág. 53,
Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) – Rio de Janeiro, RJ, Brasil).”
A solução das duas questões
Como
solucionar estes dois problemas? Primeiro “Registro da Mensagem e Mensagem do
Registro” é um método analítico quanto a aplicação, e não quanto a conceituação
ou definição do texto bíblico. A aplicação do texto pode ser quanto ao povo,
tempo, lugar, sentido, mensagem e procedência da mensagem. Esta é a mesma aula
em outro site:
Ora, não há problema algum para ser solucionado, o fato está
em que o meu querido irmão as apresenta como ‘problemas’. O nobre irmão parece
desconhecer que “registro
da mensagem e mensagem do registro” é um método analítico quanto à “aplicação” (colocação) sim,
da “conceituação” (dito, idéia,
essência) ou “definição” que é o mesmo
que “descrição, fixação ou estabelecimento” da ideia. Afinal, a Bíblia é
composta de mensagens, e estas mensagens estabelecem uma conceituação para aplicação da doutrina
acerca da Bíblia. Os registros destas mensagens são inspirados por Deus, e
isto, em sua totalidade; o mesmo não se dá com as mensagens dos registros,
estas nem sempre são inspiradas por Deus. No livro supramencionado, essa
explicação é sustentada na unidade I, capítulo IV, cujo tema é “A BÍBLIA E SUA
MENSAGEM”.
O problema criado pelo irmão está em querer separar a
Bíblia da mensagem contida nela. A Bíblia é composta de mensagens, e estas, são
partes que compõe o todo daquela.
Para
que não haja interpretação e ensino errados, o ‘trocadilho’ que nos foi apresentado
é somente para aplicação do texto parcial, não podendo ser usado para o
contexto total, tampouco para basear uma confissão de fé (Explica o texto, mas
não define a Bíblia). Não se trata de “dois extremos teológicos” mas uma
ferramenta hermenêutica para auxiliar na compreensão e aplicação do texto. O
que aconteceu foi que a explicação foi tirada do contexto da lição.
O dito
“trocadilho” não só é aplicável ao texto parcial como se faz presente no
contexto total e, por sua vez, em toda a Bíblia Sagrada. Quando um texto não é
inspirado na mensagem do registro, não obstante essa inspiração está presente no
registro da mesma mensagem; ou, quando um texto é inspirado por Deus na
mensagem do registro, também o é no registro da mesma mensagem. Como eu disse,
estes dois extremos estão presentes em toda a Bíblia. Quanto ao termo “definir”
é o mesmo que “explicar”, são termos sinônimos. Explicar os textos da Bíblia é o mesmo que defini-la ou descrevê-la, o irmão
apenas trocou “seis” por “meia-dúzia”. O nobre irmão fez uma espécie de ‘trocadilho’ de termos,
algo que já afirmou em “gostar” em fazer isso. O dito ‘trocadilho’ feito pelo
irmão serve para confundir qualquer leitor incauto; como se o significado fosse
diverso do outro. Não se baseia uma confissão de fé sem antes lançar mão da “ferramenta hermenêutica” sobre os
textos base para compreensão e aplicação da mesma confissão de fé. Nada é
estabelecido sem antes ser examinado e comprovado. Quanto em acusar-me de ‘tirar a explicação do contexto da
lição’(?), tal não procede, afinal, a explicação está dentro do CONTEXTO do
capítulo, cujo tema é “A
BÍBLIA E SUA MENSAGEM”. Tudo é discorrido em torno da Bíblia.
Para
resolvera (sic) a
complicação inicial, as palavras, frases ou discursos de procedência humana ou
diabólica não foram proferidos (inspirados) por Deus, por isso são falíveis,
errantes e não são verdade; mas nem o homem por manipulação, nem Satanás por
sedução e influência, determinaram que estas mensagens estivessem registradas
na Bíblia, certamente toda a Bíblia É inspirada por Deus.
Ora, meu irmão, e não é isto que estou afirmando? Sendo
estes mesmos discursos ou frases de procedência humana ou diabólica não sendo
inspirados por Deus, o CONTRÁRIO destes discursos ou frases de procedência
humana ou diabólica são inspirados por Deus. Portanto, conclui-se que entre os
mesmos contém os inspirados e os não inspirados. No entanto, é salutar explicar
que Deus inspirou os seus servos a registrar todas estas mensagens na Bíblia,
sendo inspiradas em sua totalidade conquanto como registro das mensagens.
Palavra
de Deus não é [só] o que Deus proferiu, é o que Deus revelou, ensinou e
inspirou; portanto, embora não proferidas por Deus, as mensagens registradas
(tanto sob a ótica do registro da mensagem como da mensagem do registro) são
Palavra de Deus. Desse modo, existem outras falas na Bíblia, mas somente UM que
fala por ela; e existem outras palavras, mas podemos considerar toda a Bíblia,
sob todos os aspectos, como Palavra de Deus.
Volto a discordar do amado irmão. E para isto, cito:
“No estudo da Bíblia é preciso observar quem está
falando através do registro sagrado.” (Gilberto,
Antônio. Manual da Escola Dominical – Pela Excelência do Ensino da Palavra de
Deus – Edição Atualizada, 14ª Edição/1995, pág. 53, Casa Publicadora das
Assembleias de Deus (CPAD) – Rio de Janeiro, RJ, Brasil).
Continuando, a inspiração plenária diz respeito apenas
ao “registro de todas as mensagens da Bíblia”, quer seja
histórica, poética ou profética. Tanto eu, quanto o autor do livro abaixo,
discordamos do irmão, pois cremos que nem todas as mensagens dos registros são inspiradas
por Deus. Os dois extremos são distintos um do outro. Um exemplo abaixo é
apresentado pelo devido teólogo:
“O
Diabo. A Bíblia registra palavras e mensagens dele. Nos casos 2 e 3 acima, a
inspiração divina consiste do registro da mensagem e não da mensagem do
registro!” (Gilberto, Antônio. Manual da Escola Dominical – Pela Excelência
do Ensino da Palavra de Deus – Edição Atualizada, 14ª Edição/1995, pág. 53,
Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) – Rio de Janeiro, RJ, Brasil).
Portanto, sobre o exemplo acima, as “palavras” ditas pelo
Diabo manifesta a “fala” dele, e não de Deus. Isso é ensinado na “escolinha
dominical” conforme expresso no Manual acima. Nota que o autor fala da
“BÍBLIA”, nessa direção, é que nosso ponto de doutrina afirma o “contendo”,
pois as “palavras” contidas numa mensagem do registro, nem sempre é de Deus, isto
é, inspirada por Ele; está muito bem explicado nas palavras do autor acima.
Veja aí, o ‘trocadilho’ (registro da
mensagem X mensagem do registro), goste ou não, são dois extremos teológicos.
Quando
a fonte de procedência for humana ou diabólica, a fonte de inspiração será
sempre divina. Quem foi testemunha da tentação de Eva pela serpente no Éden?
Algum homem estava na reunião celeste para ter ouvido a argumentação de Satanás
a Deus sobre Jó? O autor do Livro de São Mateus presenciou o debate bíblico de
Jesus e o Diabo no deserto? Conhecemos esses diálogos e falas de procedência
satânica pela revelação de Deus.
Bem, eu não estou retrucando nada disso, pois eu explico
isso nos dois extremos teológicos. Quando a “fonte de procedência for humana ou diabólica”, diz respeito
apenas à mensagem do registro, coisa que já expliquei sobejamente; “a fonte de inspiração será sempre
divina”, isto diz respeito ao registro das mensagens. Acabou por concordar
no que venho expondo desde o princípio. Por “fonte de procedência”, diz respeito a quem está falando
através da mensagem, isto já está claro que nem sempre é Deus falando.
Eu preciso saber quando o
homem fala na Bíblia para compreender o que Deus me fala pela Bíblia.
Querido, tanto o homem
fala na Bíblia como Deus também fala. Tanto o Diabo diz na Bíblia, como o homem
também diz. Mas para nós, o importante está em o que Deus diz para nos
desviarmos acerca dos ditos do homem e do Diabo, estes últimos nos levam à
morte. Isto sim, Deus nos adverte tanto “na” Bíblia, como “pela” Bíblia.
Assim
exposto, só há uma fonte, uma procedência, uma inspiração para os textos
bíblicos, por isso não posso dizer que eles contêm a Palavra de Deus, e só
posso aceitar a Bíblia de um modo, porque não há outra afirmação que podemos
fazer das Escrituras, senão que a Bíblia é a Palavra de Deus,
e o que passar disso é de procedência humana e malígna.
Em se tratando do “registro das mensagens”, concordo plenamente contigo, só
há uma fonte, uma procedência, uma inspiração para os textos Bíblicos. Venho
afirmando isto desde o princípio e está presente em minha matéria. Realmente, o
que passar disto é de procedência humana e maligna. Entretanto, o mesmo não se
pode dizer das “mensagens
dos registros”, estas não possuem uma fonte ou procedência única, e o
irmão sabe disto muito bem.
O
irretorquível Dr. Aníbal
Por “irretorquível”, não é aplicável à pessoa do Dr.
Aníbal, o irmão sabe que o texto não se refere a ele, mas à “conclusão” do seu estudo
sobre a Bíblia em contraste às tradições e o magistério romano.
Seria
mesmo a conclusão do Dr. Aníbal Pereira Reis que “a Bíblia é e contém a Palavra de Deus”, irretorquível como ele mesmo classificou?
Aníbal
foi, segundo apresentado, um tenaz combatente da teologia católica romana;
estamos falando de Bíblia e qual a posição romana perante o ‘Livro de Deus’? Os
católicos não tem a Bíblia como única guia de fé e prática. Colocam a tradição
e o magistério em páreo com as Escrituras, também professam a infabilidade do
Papa. Segundo os católicos a Bíblia apenas contém parte da Palavra de Deus. O
que o Dr. Aníbal tenazmente combateu foram as outras fontes de autoridade da fé
católica – tradição e magistério. Por isso declarou: “A Bíblia toda e
somente a Bíblia é a Revelação de Deus! Em matéria religiosa a Sagrada
Escritura basta. É de seu próprio teor ser suficiente”.
Meu querido irmão, quem está dizendo que o Dr. Aníbal andou
combatendo a Bíblia? Francamente! Em todo o livro o mesmo mostrou a
superioridade da Bíblia acima de qualquer ‘tradição’, veja que “tradição” não é
aplicável no mesmo conceito das tradições apostólicas que foram escritas,
principalmente por que eles não confiavam na tradição oral, afinal, diz ele que
“quem conta um conto aumenta um ponto”. Não sei por que o irmão não transcreveu
da minha matéria – na íntegra - o dito do Dr. Aníbal, preferindo citar de forma
fracionária e separada. Pelo fato de ele confessar publicamente que seu estudo
acerca da superioridade da Bíblia como que estando acima de qualquer afirmação
controversa, o leva a uma irretorquível conclusão, de que Ela, a Bíblia é e
contém a infalível Palavra de Deus! Veja que ele não nega nem uma coisa, nem
outra. Faz duas afirmações, confiram os nobres leitores, o que é dito no “epílogo” (conclusão):
“A Bíblia toda e somente a Bíblia é a
revelação de Deus! Em matéria religiosa a Sagrada Escritura basta. É de seu
próprio teor ser suficiente. “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem
diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu
vos mando” (Dt. 4:2). “... nada lhe acrescentarás nem diminuirás” (Dt. 12:32),
exortava Moisés. Todo este estudo agora encerrado nos leva a esta irretorquível
conclusão: unicamente a Bíblia é e contém a Palavra de Deus e Sua revelação
total para esta dispensação.” (Pereira Reis, Aníbal. O Vaticano e a Bíblia,
pág. 121. Edições Caminho de Damasco, São Paulo, 1969).
A irretorquível conclusão gira em torno do que a Bíblia é
para o autor, e não o que é o catolicismo.
Todavia,
havia um motivo para não “ser mais usado por nossas igrejas” (batistas).
Para Aníbal toda a verdade está na Bíblia, porém esta verdade deve ser
encontrada sendo necessária, para tanto, uma experiência real na vida da
pessoa, somente então a Bíblia se torna Palavra de Deus. Este “um
dos mais extraordinários pregadores já conhecidos” ensina que a Bíblia é
Palavra de Deus circunstancialmente, dependentemente de ser aceita como tal, e
relativamente, ou seja, para o crente a Bíblia é, enquanto para o incrédulo ela
apenas contém. Isto é teologia neo-ortodoxa, alguns
teólogos neo-ortodoxos afirmam que Palavra de Deus é somente a
pregação durante a qual a Bíblia se transformaria, tornado-se em Palavra
de Deus.
A
Bíblia é sempre Palavra de Deus, independente de ser aceita como tal,
independente das circunstâncias e experiências; mesmo quando usada como
decoração em prédios públicos ela é Palavra de Deus mesmo que ali não seja
apresentada como Palavra de Deus; ela é Palavra de Deus na mão do incrédulo, do
ateu, do espírita, do pai-de-santo mesmo que por eles não seja aceita como
Palavra de Deus; ela é Palavra de Deus quando está sendo pregada no púlpito,
como ela é Palavra de Deus quando está sendo lida em casa; ela é Palavra de
Deus mesmo servindo de calço do pé da mesa, mesmo quando utilizada para este
fim desprezível continua sendo a completa e soberana Palavra de Deus.
O
motivo do Dr Aníbal não “ser mais usado” nas igrejas batistas foi seu
pensamento neo-ortodoxo, a sua própria conclusão ‘irretorquível’
(irrefutável) de que “a Bíblia é e
contém a Palavra de Deus”. Os batistas com
relação à Bíblia são ortodoxos, e uma combinação entre as declarações ortodoxa
e neo-ortodoxa que as façam concordar trazendo compatibilidade entre duas
posições ou “extremos teológicos” não é possível.
1º- O amado irmão inseriu o advérbio de negação ‘não’ junto à expressão “ser mais usado por nossas igrejas” (batistas), ainda que
fora das aspas um observador superficial irá pensar que “O Jornal Batista”
estará negando o Sr. Aníbal de ser “mais usado” nas devidas igrejas, o que não é verdade. Sobre este
acréscimo ‘não’, o amado elaborou todo um amontoado de
argumento, veja o devido jornal contrariando seu argumento no item “segundo”.
2º - Não é verdade que o mesmo afirma em a Bíblia ser
Palavra de Deus ‘circunstancialmente’(?), pois “O
Jornal Batista” (27/09/1970), segundo consta escrito no próprio livro, afirma
que a MENSAGEM do Dr. Aníbal, reconhece a Bíblia como a Palavra de Deus e é
evangélica:
“É grande o poder de comunicação do Dr. Aníbal. Com isso estabelece uma corrente de
simpatia entre o púlpito e o auditório, preparação excelente para a entrega da
mensagem. Esta é solidamente evangélica e forte na argumentação. E mais
adiante: “E além do mais é um homem que leva a sério a vida espiritual. Um
homem que crê na Bíblia e a considera a Palavra de Deus. (...) o Dr. Aníbal
representa uma bênção para a igreja que o convida. Sua presença alegra,
estimula, edifica e desafia os crentes. Tendo deixado um pastorado local, em
São Paulo, para dedicar-se a esse trabalho mais amplo de evangelização, o Dr. Aníbal precisa ser mais usado por nossas igrejas. Nesta hora de evangelização é um dos
mais extraordinários pregadores que conhecemos”. (Pereira
Reis, Aníbal. Católicos Carismáticos e Pentecostais Católicos – Edições Caminho de Damasco, São
Paulo 1982).
“A Bíblia toda e somente a Bíblia é a revelação de Deus! (...) unicamente
a Bíblia é e contém a Palavra de Deus e Sua Revelação total para esta
dispensação.” (Pereira Reis, Aníbal. O Vaticano e a
Bíblia, pág. 121. Edições Caminho de Damasco, São Paulo, 1969).
Diz mais: “A
conclusão é patentíssima!!! Scriptura sola! Nada além da Bíblia! (Pereira Reis, Aníbal. O Vaticano e a Bíblia, pág. 122.
Edições Caminho de Damasco, São Paulo, 1969).
Sabiamente
os batistas souberam combater e repudiaram esta heresia do meio deles algo que
se implantou agora na Congregação Cristã no Brasil.
Não se trata de ‘heresia’(?), tampouco combateram ou
repudiaram os escritos do Dr. Aníbal. O fato está que o irmão não aceita isso
como patentemente evangélica, o que é um direito seu; ninguém é obrigado a
concordar. Porém, dizer que os batistas combateram os escritos do Dr. Aníbal,
ao meu ver, carece de veracidade. Aliás, o nome dele é citado como autor de
OBRAS ORTODOXAS, examine isso na Bíblia Apologética de Estudo (ICP) – Edição
Ampliada, pág. 1418.
Ora,
desde antes os tempos apostólicos muitas heresias surgiram, saíram de férias e
voltaram a aparecer. Bem observou Salomão: “Nada há de novo debaixo do sol”.
Verdade, irmão; apenas que isso
não se enquadra no assunto em apreço, algo que venho provando desde o princípio
dos meus argumentos.
A explanação ortodoxa do texto
Ao
explanar sobre a MENSAGEM DO REGISTRO o autor foi ortodoxo:
“*REGISTRO DA MENSAGEM – Este outro
extremo teológico, diz respeito ao registro de tudo o que se encontra na
Bíblia Sagrada – de Gênesis a Apocalipse – quer seja histórico, poético
ou profético, são inspiradas por Deus em sua forma plenária e verbal…”
Lembrando que “Este
NÃO É outro extremo teológico”.
Quanto em eu explanar sobre a “mensagem do registro” o irmão
reconhecer por ORTODOXA, isto faz DESMORONAR todo o seu argumento
‘refutatório’! Acaba por entrar numa flagrante contradição!!!
Pois, o que eu
venho sustentando a todo o momento? Que é exatamente na MENSAGEM DO REGISTRO
que afirmamos a Bíblia em “conter” a inspirada Palavra de Deus, pois nem sempre
quem está falando por meio das mensagens falaram por inspiração divina, até
exemplos foram dados por mim.
Através desse seu reconhecimento, é até mesmo DESNECESSÁRIO
eu me alongar em maiores discursos, uma vez que o amado irmão reconheceu PUBLICAMENTE
ao dizer:
Ao
explanar sobre a MENSAGEM DO REGISTRO o autor foi ortodoxo:
Era exatamente nesta questão que TÍNHAMOS nossa
controvérsia (risos). Só não concordo com o que é foi dito logo a seguir:
Lembrando
que “Este NÃO É outro extremo teológico”.
Amado, para “ser” outro extremo teológico ou não, isso
independe de sua concordância. Afinal, já expus sobejamente sobre o assunto. Assim creio, e manejarei até ao fim a espada, à direita e à
esquerda.
Ao irmão Ricardo, um forte abraço fraternal.
Deus vos abençoe
Fontes:
. Bíblia
Sagrada, Tradução Brasileira – Edição com Referências, 2011, Sociedade
Bíblica do Brasil, Barueri, São Paulo;
. O Novo Testamento Grego - Textus Receptus. London. Trinitarian Bible
Society - T.B.S.;
. Concordância
Fiel do Novo Testamento Grego – Português – Português – Grego. 1ª Edição –
1994. São José dos Campos, São Paulo, Brasil. Editora FIEL;
. Gilberto, Antonio. Manual da Escola Dominical –
Pela excelência do ensino da Palavra de Deus. Edição Atualizada, 14ª
Edição/1995. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD;
. Pereira
Reis, Aníbal. Católicos Carismáticos e Pentecostais Católicos – Edições Caminho de Damasco, São
Paulo 1982;
. Pereira Reis, Aníbal. O Vaticano e a
Bíblia, pág. 121. Edições Caminho de Damasco, São Paulo, 1969;
. Houais, Dicionário Sinônimos e Antônimos – Versão
Ampliada – Nova Ortografia, 2ª Edição, Publifolha, São Paulo – SP,
Brasil.