terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

ENSINANDO ONDE ESTÃO AS TRÊS PESSOAS DISTINTAS


Esclarecimento: Esta matéria é uma refutação ao comentário feito pelo irmão Ricardo em seu blog: http://bereiano.wordpress.com/2013/02/22/onde-estao-as-tres-pessoas-distintas/#comments
Visto que o mesmo analisou um verso meu sobre o artigo 2, não citando-a na íntegra e com corte na parte conclusiva de meus argumentos, sinto-me no direito de lhe dar uma resposta mais abrangente. Houve sim, uma mudança de termos no artigo de doutrina, e não mudança doutrinária, que isto fiquem bem claro.

Enquanto a matéria do irmão Ricardo possui o título “ONDE ESTÃO AS TRÊS PESSOAS DISTINTAS?”, em resposta a ela, o título da minha é:

        ENSINANDO ONDE ESTÃO AS TRÊS PESSOAS DISTINTAS

O hinário da CCB, livro 5, além de trazer novos hinos e modificar letras e notas musicais de muitas outras, também retirou algumas palavras substituindo-as por outras nos artigos de fé “1, 2 e 5” dos Pontos de Doutrina e da Fé que uma vez foi dada aos santos. Nossas matérias dizem respeito ao artigo 2, vejamos:

Hinário 4 – “2. Nós cremos que há um só Deus vivente e verdadeiro, eterno e de infinito poder, Criador de todas as coisas, em cuja unidade há três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. (Ef., 4:6; Mat., 28.19; I João, 5:7)”.

Hinário 5 – “2. Nós cremos que há um só Deus vivente e verdadeiro, eterno e de infinito poder, Criador de todas as coisas, em cuja unidade estão o Pai, o Filho e o Espírito Santo. (Efésios, 4:6; Mateus, 28:19; I João, 5:7)”.

Com respeito a esta modificação hinários 4 e 5, foi comentado pelo irmão supracitado:

A afirmação “há três pessoas distintas” foi substituída pelo verbo “estão”. Entre os que já estavam atentos à edição, há os que são contrários e argumentam que a Declaração ficou indefinida podendo ser confundida com o credo unicista; e os que são favoráveis e argumentam que o texto ficou melhor, mais objetivo e não deixa nenhuma dúvida. Os últimos negam que existe confusão porque para ser uma Declaração Unicista o verbo estaria no singular. Para estes o verbo na 3ª pessoa do plural resolve todos os problemas porque “ao dizer “estão” em vez de está (singular), reforça-se a pluralidade de pessoas.

De início, desejo repudiar este último trecho por ser completamente espúrio: “Para estes o verbo na 3ª pessoa do plural resolve todos os problemas porque “ao dizer “estão” em vez de está (singular), reforça-se a pluralidade de pessoas”.

Além de procurar passar o meu argumento como um ‘problema’ (?), procura-se transmitir aos outros como se crêssemos que o verbo “estãoresolvesse tudo e que nada mais precisaria ser dito. Isto é um subterfúgio encapado com palha seca que ao simples cheiro do fogo, vira cinza. Somente pessoas imprudentes dariam crédito a isso, basta examinar minha matéria para comprovar que tal informação não procede, se o simples estãoresolvesse tudo’, eu não me daria ao trabalho de explicar todo o 2º ponto doutrinário. Na verdade, são eles se apegam apenas à palavra “estão” - tirando-a do contexto - para argumentar seus silogismos equivocados. Digo mais, da mesma forma que o “estão” não resolve tudo, o mesmo é válido para a afirmação “há três pessoas distintas”!

O simples dizer “estão” ou “há três pessoas distintas” não provam nada sem as devidas fontes Bíblicas, seriam insuficientes para provar uma doutrina, sendo necessárias fontes Bíblicas; em razão disto a Congregação precisa testificar apresentando as devidas fontes para sustentar o que é dito, a saber: 

Efésios, 4:6; Mateus, 28:19; I João, 5:7

Nenhuma doutrina pode ser comprovada e estabelecida sem a legitimação das Sagradas Escrituras, do contrário, sem sustentação Bíblica qualquer afirmação cai por terra. Os que são contra a devida mudança de termos - não doutrinária – precisam explicar (desesperadamente) o termo “estão” bem longe do seu contexto para seus questionamentos ganharem “capa” de legitimidade.

. Definindo nosso credo Trinitário X credo Unicista

1 – Doutrina da Trindade no artigo 2. Nosso atual credo diz que cremos em um só Deus, em cuja unidade estão o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Para sustentar o que é dito, a Congregação apresenta a prova Bíblica que fala da “unidade de Deus” que é Efésios 4.6; para sustentar a “pluralidade” (estão) “o Pai, o Filho e o Espírito Santo” as provas Bíblicas apresentadas são Mateus, 28:19 e I João, 5:7

Tanto Mateus 28:19 quanto I João 5:7 são rejeitadas pelos unicistas exatamente porque são textos trinitários. Em razão de o texto de Mateus 28: 19 apresentar “o Pai, o Filho e o Espírito Santo” que é citado pela Congregação, é porque diz respeito à fórmula batismal Trinitariana. Completamente contrária à fé Trinitária professada pela Congregação, o batismo dos unicistas não são feitos à base de Mateus 28:19, eles batizam somente em nome de Jesus e não em nome das três pessoas apresentadas (Mateus 28:19).  

Mas, a pergunta do texto ora em refutação, é: “Onde estão as três pessoas distintas?

A resposta a esta pergunta está em Mateus 28:19 (Batismo Trinitário) e I João 5:7 (três testemunhas), estas são as bases do 2 Ponto doutrinário que destacam e falam do Pai, do Filho (Palavra) e do Espírito Santo como “testemunhas” ou três pessoas distintas.

2 - A doutrina unicista - Esta REJEITA o batismo em nome da Trindade conforme Mateus 28:19 exatamente por ser uma fórmula Trinitária, os unicistas batizam SOMENTE EM NOME DE JESUS! Também rejeitam o texto de I João 5:7 onde o Pai, a Palavra (o Filho) e o Espírito Santo são apresentados como três testemunhas (Pessoas distintas). Portanto, ambas as bases do 2º ponto doutrinário da Congregação (Mateus 28:19; I João 5:7) são genuinamente TRINITÁRIOS!

Portanto, a redação do artigo 2 da Congregação não permite duas interpretações exatamente por causa da sua consistência e grau de intensidade Trinitariana. Mas... Continuemos...
. Nenhuma palavra deve ser examinada fora do seu contexto

Quando o artigo doutrinário diz “estão”, tal termo DEVE ser analisado dentro da LEI DO CONTEXTO do devido artigo de fé, e é exatamente aí que cai tanto o “cavalo” (argumento) quanto os “cavaleiros” (discordantes) por quererem sustentar e explicar seus argumentos usando a palavra “estão” em outros contextos completamente diversos do ponto doutrinário. Vejam estes exemplos que foram mencionados:

Exemplo 1.As três coisas que mais amo na vida são: você, você e você” – Aqui o verbo foi usado no plural não para indicar pluralidade de pessoas, e sim para indicar o grau, a intensidade do amor por uma pessoa.

Neste exemplo, ao digitar, o “Word” grifou de verde o “são” e no lugar sugeriu “é”, pois pelo fato de três vezes haver a repetição “você”, não quer dizer que sejam pessoas diferentes, mas a mesma, o que torna um erro o verbo no plural. Para demonstrar intensidade não é necessário que o verbo “ser” (é) esteja no plural. Um exemplo Bíblico:

(...) e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir. (Apocalipse 4.8).

Mas com respeito ao artigo 2, que rejeitou a indicação do Word  de "estão" para "está", preferindo a primeira, é intencional a preferência pluralizada em vez da singularizada, pois tinha que concordar com as referências Bíblicas de Mateus 28:19 e I João 5:7 que indicam pluralidade de pessoas.

A tríplice repetição "Santo, Santo, Santo" denota intensidade, ainda que o verbo “ser” (é) esteja no singular. E por falar em INTENSIDADE... A Congregação Cristã no Brasil denota “intensidadetrinitária em sua doutrina, pois há dois artigos genuinamente Trinitários, a saber, o artigo 2 e o artigo 6 (Mateus, 28:19) que fala do batismo trinitariano!

Volto a repetir, o artigo 6 da Congregação, é outro artigo de fé Trinitário, os unicistas não batizam em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo! Portanto, os argumentos de quem diz o contrário não passam de "vento" e "nada", comparados aos nossos dois pontos de doutrina trinitariano (2 e 6).

Exemplo 2.No banco está sentada Maria e seus dois irmãos” – Quantas pessoas estão sentadas do banco? Três pessoas e, no entanto, o verbo está no singular.” – O negrito é meu.

Ora, o verbo está no singular porque o pronome possessivo (seus) já está no plural. Isto, por si só denota a presença de pluralidade de pessoas, “seus dois irmãos”. Curioso é que nessa redação acima ele não disse que o que acabou de citar também permite “duas interpretações”; ou seja, como “três manifestações de Maria” (risos). Pudera, a “regra” (?) usada por eles só é ‘válida’ para o artigo da Congregação. Vejamos este mesmo verso, mas sob outro ângulo de observação:

Estão sentados no banco Maria e seus dois irmãos” – Quantas pessoas estão sentadas no banco? Três pessoas e, no entanto, o verbo permanece no plural.

Notaram como o argumento deles baseia em um joguinho de palavras?

Exemplo 3.Os amores da minha vida são a funcionária da pizzaria, minha mulher e a mãe dos meus filhos” – De quantas pessoas estou falando? Quem me conhece poderá confirmar que estou falando de uma pessoa apenas, mas quem não me conhece não poderá assegurar isto, o mínimo raciocínio o fará especular: A funcionária da pizzaria é uma amante? A mãe de seus filhos é ex-mulher? Este que não me conhece precisaria fazer uma pesquisa para saber a quantas mulheres me refiro.

Nota-se mais um joguinho de palavras. Sobre “os amores da minha vida” apresenta um erro crasso na devida redação em querer dizer que se refere à mesma pessoa, mostro em negrito e grifo os devidos erros:

Os amores da minha vida são a funcionária da pizzaria, minha mulher e a mãe dos meus filhos”.

Os plurais os amores e são, tornam-se necessárias exatamente pela clara distinção entre “minha mulher e a mãe dos meus filhos”. Deve ter esquecido que em um texto, o verbo deve concordar com o sujeito em número e pessoa, é a gramática quem ensina isso.

Sem a presença do a que faz distinção entre "minha mulher" e  a "mãe dos meus filhos", seriam descartados os plurais “meus amores” e “são”, ficando no singular. Retirando-se o "a", torna-se necessário a retirada de qualquer termo pluralizado por estar indicando uma única pessoa que é amada:

O amor da minha vida é a funcionária da pizzaria, minha mulher e mãe de meus filhos.”

Esta redação, sim, diz respeito à uma única pessoa, o mesmo não se pode dizer da anterior.

Não sou professor de português, mas assim que me deparei com a devida frase, logo percebi o erro. Creio que meus argumentos bastam para demonstrar quão frágeis são os questionamentos dos que se opõem ao hinário 5.

Deus vos abençoe.

Romário N. Cardoso

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A PALAVRA DE DEUS E A BÍBLIA


Nota: Este estudo não visa menoscabar o conceito atual que temos sobre o termo "Bíblia" aplicável às Escrituras Sagradas. Esta matéria também pode ser compreendida dentro da perspectiva de o primeiro ponto doutrinário constar a palavra "contendo". O conceito por mim aplicável à Bíblia é diferenciado do 'contêm' aplicado por Karl Barth, afinal, uma palavra deve ser estudada dentro do contexto em que ela está; não é barthiana o conceito que aplico neste estudo. No decorrer da leitura, o leitor compreenderá o que digo. O intento do autor, além do proposto, é demonstrar que não se pode condenar outros termos Escriturísticos que substituem o vocábulo Bíblia quando esta é retirada e em seu lugar seja usada outras, tais como: "A Palavra, Palavra de Deus, Oráculos de Deus, Espada do Espírito, Escritura, Santas Escrituras, Sagradas Letras," etc.  Tendo em vista esta nota inicial, desejo a todos uma boa leitura.

Nas Escrituras Gregas Cristãs, o vocábulo bibloV (bíblos) ocorre 9 vezes, além de conter adicionalmente algumas variantes da mesma palavra; por sua vez, o termo biblion (biblíon) ocorre 35 vezes, contendo também algumas variantes adicionais da mesma palavra. O singular biblion, quando no plural, é a pronúncia conhecida por todos nós, “biblia (bíblia). Assim, o plural grego “bíblia” pode ser encontrado em João 21.25; 2 Timóteo 4.13; Apocalipse 20.12; mas... Nenhum dos termos citados refere-se à própria Bíblia. Portanto, o nome “Bíblia não existe em lugar algum das Escrituras Sagradas no que se refere à própria Bíblia, constando apenas como título nas capas impressas das nossas Bíblias. O valor de um livro não está em sua capa, mas em seu conteúdo. O termo biblia significa “livros pequenos”; ou, “coleção de livros pequenos”. Entre os gregos, os rolos para registros de compra e venda nos mercados eram chamados de bíblia.

O termo Bíblia não existe no texto das Sagradas Escrituras. O vocábulo “Bíblia” significa coleção de livros pequenos e deriva da palavra “biblos”, nome dado pelos gregos à folha de papiro preparada para a escrita.” (IBADEP – Teologia – Bibliologia, pág. 14, 5ª Edição – Fevereiro/2007, Editora Unidade, Paraná, Brasil).

Portanto, o termo bíblia deriva-se de “biblos”, nome dado à “fibra interna da folha de papiro”.  O papiro ou junco (Gr. papiros) do Egito é um arbusto que cresce no lodo ou lama das águas, conforme a Escritura menciona:

Porventura cresce o junco (Gr. papiros) sem lodo? Ou cresce a espadana sem água?”. (Jó 8.11). – O negrito é meu.

A Septuaginta (LXX) diz: 

Me thallei papiros aneu hydatos e hypsõthésetai boutomon aneu potou.” (Jó 8.11). – O negrito é meu.

Da entrecasca dessa planta faziam papel, estofo, velas de navio, cordas, e outros artefatos. Deus ordenou que Sua Palavra fosse escrita em “livro” ou em “tábua”:

Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro (biblos), e relata-o aos ouvidos de Josué; que eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos céus.” (Êxodo 17.14; Jeremias 30.2; Habacuque 2.2).

As Palavras de Deus também foram escritas em tábuas de pedra, não em livro:

Então disse o Senhor a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nas tábuas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste.” (Êxodo 34.1).

Em razão disto, o livro da Lei (Deuteronômio) em Hebraico é chamado de “haDevarim” (as Palavras). Embora a Palavra de Deus tenha sido escrita em tábuas de pedra e os rolos sejam chamados de “livro de Deus” (Isaias 34.16), Paulo designou como “santo ou sagrado” apenas as “letras ou palavras” (2 Timóteo 3.15) contida nelas.


As tábuas de pedra não eram a Palavra de Deus e tampouco eram inspiradas; Palavra de Deus é dito apenas a respeito do conteúdo escrito, esta sim, é inspirada. O mesmo é válido a respeito da Bíblia. O que é Sagrado, repito, é o conteúdo escrito, em sua totalidade as Letras e Palavras são inspiradas e Sagradas (2 Timóteo 3.15).

Qualquer folha de papiro preparada para escrita, sendo pequena, era chamada pelos gregos de biblion; mas, para vários rolos pequenos chamavam-na de biblia (livros) que, diga-se de passagem, ainda que estando em “branco” ou nada escrito, mesmo assim chamavam-nas de bíblia. Continuando, antes do século IV, ninguém havia direcionado o vocábulo “bíblia” para as Escrituras Sagradas, sendo o padre João Crisóstomo o primeiro a aplicar o termo relacionando-a às Sagradas Escrituras:

Foi primeiramente aplicado às Escrituras Sagradas por João Crisóstomo, grande reformador e patriarca de Constantinopla (398-404 d.C.)”. (Gilberto, Antônio. Manual da Escola Dominical – Edição Atualizada – Pela excelência do Ensino da Palavra de Deus; págs.29,30. CPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil).

O apóstolo Paulo, mestre dos gentios (2Timóteo 1.11), nunca definiu a folha de papiro preparada para escrita (biblion) como sendo “sagrado”. Para o apóstolo, apenas as letras são santas, sagradas, jamais Paulo estende o termo "santo" com referência aos "rolos" para escrita que eram fornecidas nos mercados:

E que desde a tua meninice sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.” (2Timóteo 3.15). – O negrito é meu.

Não há em lugar algum de todas as Escrituras quer seja do Antigo ou do Novo Testamento a expressão: - "A Bíblia é Palavra de Deus". Algum candidato a apologista pode objetar que a palavra "trindade" também não consta nas Escrituras... Ora, embora o termo não possa ser encontrado a doutrina presente nas Escrituras leva ao Trino Deus; mas, em lugar algum existe a ideia de que a Palavra de Deus seja "Bíblia" (rolos). 

O apóstolo sempre põe em relevo o que se encontra escrito nos "rolos" (bíblia), e não os próprios "rolos" (bíblia):

"Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”(Rm 15:4)

Nesse mesmo sentido, também podemos dizer que na Bíblia estão contidas as Sagradas Letras; ou ainda, que a Bíblia contém a Palavra de Deus, isto é, o Antigo e o Novo Testamento, isto consta na folha de rosto de algumas Bíblias; é por meio de letras que palavras são formadas; á vista disto, a Palavra de Deus está contida na Bíblia.

O termo bíblia significa tão somente “rolos pequenos”, ao passo que Sagradas Escrituras apontam como Sagradas os Escritos ou letras contidas nos respectivos rolos.

Etimologicamente, os termos “livro” e “palavra” não são sinônimos, mas apenas que um é o receptáculo da outra; e não que uma seja a outra. O substantivo “logos”, palavra, deriva do verbo “legõ”, falar, ao passo que o substantivo “biblion”, livro pequeno, é a forma diminuta do substantivo “biblos”, livro, isto é, “a fibra interna do papiro”. Não podemos designar “a fibra interna de papiro” como sendo Palavra de Deus, mas tão somente ao conteúdo escrito, isto é, a Palavra. Literalmente, a Palavra de Deus é uma clara referência da “fala” (legõ) transmitida na forma de escrita; ou seja, a Santa Escritura ou “Sagradas Letras” como Paulo bem as definiu (2Timóteo 3.15).

Em suma, poderão nossos opositores chamar o colégio apostólico e os líderes cristãos dos séculos I, II e III de ‘hereges’ simplesmente porque eles NUNCA ou JAMAIS afirmaram ou ensinaram que a “bíblia”, “biblion” ou “biblos” sejam a Palavra de Deus? – Nenhum cristão genuíno afirmará tal coisa. Em que se apóiam então nossos acusadores, se não, na ignorância "Bíblica"? Nossa doutrina afirma que na Bíblia está contida as sagradas letras, a Palavra de Deus, sendo esta inspirada. Portanto, as acusações não passam de tiros de "festim", só produzem vento e nada!

Nossos primitivos irmãos apenas diziam “Escritura” (Êxodo 32.16), “Santas Escrituras” (Romanos 1.2), “Palavra” (Salmos 119.160), “Palavra de Deus” (Apocalipse 1.9; Efésios 6.17), “oráculos de Deus” (Romanos 3.2) e “Espada do Espírito” (Efésios 6.17).

Como nossos hinos são nada mais do que “a Palavra” cantada, toda vez que citamos “a Palavra” (com “P” maiúsculo) ou “Espada” (com “E” maiúsculo) demonstramos que são claras e irretorquíveis referências Bíblicas citadas para a Santa Escritura, quando não, refere-se ao Verbo Divino - Jesus Cristo! Em outras palavras, os argumentos dos que procuram descaracterizar os nossos hinos como ‘heréticos’(?), dão mais valor na ‘canonização’ extra-bíblica do termo formulada por João Crisóstomo aplicada à Escritura, quando estão a rejeitar os termos “a Palavra” e “Espada” como claras aplicações à Sagrada Escritura como num todo.

Se realmente cressem na Palavra de Deus, com certeza não iriam conflitar e repudiar os termos dos hinos, que são a Palavra cantada, em favor de um termo completamente ausente das Escrituras, ainda que nos dias de hoje sejam aceitáveis. Portanto, os termos “a Palavra” que é “Espada” são palavras que possuem “Sagradas Letras” por referirem-se diretamente à inspirada “Palavra de Deus” (Efésios 6.17).

Destarte, na igreja, o pregador faz a leitura da "Palavra" e a exorta, portanto está exortando a Palavra de Deus. Tanto a leitura é dita como sendo a "Palavra" como recebem a devida exortação como tal, uma não desmerece a outra como separadas; não se exorta 'revistinha em quadrinhos' ou 'livros de romances', mas a "Palavra". Citar as palavras da exortação como não sendo dadas pelo Espírito Santo, deve-se dizer qual delas, e não generalizar como o fazem, atingindo a todas. Nessa direção, deve-se tomar muito cuidado para não entrar em terreno perigoso pecando contra o Espírito Santo da graça. 

Um desafio aos meus opositores: Onde, nos 31.172 versículos das Escrituras, o termo “bíblia” é aplicado ou ao menos que transmita idéia que seja a inspirada Palavra de Deus? – Pensem nisto, antes de acusarem – indevidamente - os nossos hinos como que contendo ‘heresia’(?).

Deus vos abençoe.

Romário N. Cardoso

Fontes:

. Septuaginta, Duo volumina in uno, Sociedade Bíblica do Brasil, Deutsche Bibelgesellschaft;
. The Greek Text Underlyng The English Authorised Version Of 1611, The Trinitarian Bible Society, London, England;
. Bíblia Apologética de Estudo (ICP) – Edição Ampliada – Almeida Corrigida Fiel, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, SP, Brasil;
. Chave Bíblica – 2ª Edição – 1955, Confederação Evangélica do Brasil, Editora Dois Irmãos Ltda, Rio de Janeiro, Brasil;
. R. dos Santos Saraiva. Dicionário Latino – Português, Etimológico, Prosódico, Histórico, Geográfico, Mitológico, Biográfico, Etc. 12ª Edição, Livraria Garnier, Belo Horizonte - Rio de Janeiro, Brasil;
. Dicionário Sinônimos e Antônimos Houais, PubliFolha, 2ª Edição, 2008, Versão Ampliada – Nova Ortografia. São Paulo, SP, Brasil;
. Rusconi, Carlo. Dicionário do Grego do Novo Testamento, 2ª Edição, 2005, Paulus, São Paulo, Brasil;
. Rienecker, Fritz; Rogers, Cleon. Chave Linguística do Novo Testamento Grego, Vida Nova, 2009, São Paulo, SP, Brasil;
. Concordância Fiel do Novo Testamento, Volume I – Grego-Português, 1ª Edição – 1994, Editora Fiel da Missão Evangélica Literária, São José dos Campos, SP, Brasil;
. Gilberto, Antônio. Manual da Escola Dominical – Edição Atualizada – Pela excelência do Ensino da Palavra de Deus; CPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil;
. IBADEP – Teologia – Bibliologia, 5ª Edição – Fevereiro/2007, Editora Unidade, Paraná, Brasil;
. Corrêa de Andrade, Claudionor. Dicionário Teológico – Nova Edição Ampliada e Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores, 19ª Impressão: 2010, CPAD, Rio de Janeiro, Brasil.






segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

ANALOGIA ENTRE OS HINOS 162 (LIVRO 4) E 178 (LIVRO 5)


Inicialmente, é salutar esclarecer que ambas as melodias não deixam espaço para sofismas, afinal, todos sabemos que nossos hinos possuem a Palavra de Deus (Escritura) como Pilar fundamental para ser cantada na forma de "exortação".

HINO 162 – LIVRO 4 - À semelhança do primeiro ponto básico de Fé e Doutrina, cada uma das três frases do hino 162 (Livro 4), possui uma única palavra chave, “Bíblia”. Este é o assunto central, afinal, o título (É a Bíblia a Palavra) exprime o tema de todo o texto.

"É a Bíblia a Palavra, que ilumina nossos pés" (verso 1).

Nota-se que a declaração "é a Bíblia a Palavra" dá no mesmo que "a Palavra é a Bíblia". O vocábulo "Palavra"  está com inicial maiúscula, que é uma clara e nítida referência à Bíblia. Isto deve ser observado no hino 178 - Livro 5. Portanto, em o hino 178 "a Palavra" é a mesma "Espada" do Espírito, que é símbolo da Palavra de Deus, a Santa Escritura!

Bem, como todos concordamos acerca do hino supramencionado (162 – Livro 4), dispensa-se qualquer comentário adicional. Vamos analisar o que o hino 178 tem a nos revelar, o comentário a seguir serve de colírio aos olhos dos que não conseguem enxergar a clareza do mesmo.

Hino 178 – LIVRO 5 – Igualmente ao livro 4, este hino também possui uma vocábulo chave, “Palavra”. O título (A Palavra preciosa) denota o tema de toda a melodia, sendo que cada frase, à semelhança do hino 162 (Livro 4), é concluída em torno do que vem a ser esta “Palavra”, cada frase é delimitada com um ponto final. O “Coro” do hino vem a harmonizar com cada uma das frases. Devo relembrar que nossos hinos são elaborados em forma de EXORTAÇÃO da Palavra escrita.

Notemos, queridos irmãos, que em nossos hinários o vocábulo “Palavra” é escrito com inicial maiúscula como indicador de “Bíblia ou Palavra de Deus”; afinal, é desta forma que o verso primeiro se inicia:

“1. A Palavra da verdade, de Deus Pai, o Criador, traz dos céus a santidade aos remidos do Senhor.

Assim, a "Palavra da verdade" é dita ser "de Deus Pai, o Criador"; portanto, trata-se de uma afirmativa em ser Ela a "Palavra de Deus Pai, o Criador". O verso do hinário, acima, está em perfeita harmonia com toda a Bíblia Sagrada, afinal, o Senhor Jesus rogou ao Pai para que seus remidos fossem santificados pela Sua Palavra, que é a verdade:

Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.” (João 17.17).

Assim, a 1ª estrofe do hino antecede o CORO, estando este em perfeita harmonia com o verso que o antecede, o verso 1; afirma-se que esta mesma Palavra, além de ser preciosa para os remidos também é “Espada poderosa”:

A Palavra preciosa do fiel vivente Deus, é Espada poderosa, que defende os santos Seus. (Hino 178 – Livro 5)

Notemos que “Palavra” é descrita como sendo a mesma “Espada poderosa”, o verso ainda alude à “defesa”, estes termos direcionam para a passagem de Efésios que será mencionada mais à frente; ainda, ambos os termos “Palavra” e “Espada” foram escritos no hinário - propositadamente - com iniciais maiúsculas, o que é uma clara demonstração de que se refere à Santa Escritura, a Palavra de Deus. Portanto, para não deixar dúvidas e espaço para os invencionistas, eis a prova Bíblica em que o devido “Coro,” e por sua vez, todo o hino está amparado:

Tomai, também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.” (Efésios 6.17).

Assim, é isto que o verso 1 do hino 178 diz... “a Palavra da verdade, de Deus Pai, o Criador” é a mesma “Espada” dita no Coro; o que vem a ser uma referência irretorquível a Efésios 6.17, cuja Espada é uma das peças pertencente à armadura do cristão que é dado pelo Senhor para “defesa” dos santos Seus, conforme consta no mesmo hino.

O que nossos opositores deveriam fazer, era examinar as letras dos hinos fazendo-as passar pelo Tribunal das Escrituras, tal qual eu faço, e não TORCER o sentido Bíblico que lhes são dados.

Somente os que querem deixar-se levar pelo espírito do erro acreditarão que o hino 178 (Livro 5) não se refere ao mesmo tema do hino 162 (Livro 4), a Bíblia Sagrada; a Palavra de Deus ou a mesma Espada do Espírito. Nosso hino é claro, a “Espada” com inicial maiúscula, é uma nítida referência à Palavra de Deus descrita em Efésios 6.17.

Ante a clareza dos fatos, não creio que seja necessário comentar verso por verso do nosso hino, afinal, qualquer pessoa de mediana inteligência, por certo, compreenderá perfeitamente a correlação entre um e outro.

Estou apenas manifestando essa verdade presente em o hino 178, nada mais que esta verdade: - A Palavra de Deus é a Espada do Espírito, referindo-se à Escritura Sagrada. Por meio dEla, Jesus obteve "defesa" contra seus acusadores... É o que diz o hino 178, a Palavra que é Espada poderosa, serve de "defesa" para os santos Seus.

Sola Scriptura!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

INFORMATIVO:

Faço saber a todos os irmãos e outros leitores, que para seus comentários serem postados, será necessário obter uma conta do google.

Deus vos abençoe.


DIREITO DE RESPOSTA À MATÉRIA "Ricardo X Romário":



Nota inicial: Esta minha refutação, como bem afirmou o amado irmão Ricardo ao manifestar seu ponto de vista à minha matéria, trata-se apenas de confronto de ideias e isto, embora sejamos discordantes em alguns pontos, como ele bem afirmou... “não nos fazem adversários”. Também tenho grande estima e admiração pelo ilustre irmão Ricardo e, assim, este meu comentário é uma resposta ao devido comentário presente em seu blog. Os argumentos do irmão Ricardo estarão de vermelho, ao passo que minhas respostas estarão na cor verde. Inicialmente, será postado o devido ponto doutrinário como referencial da questão levantada.

Ao irmão Ricardo e leitores, um forte abraço fraternal.

1 – Nós cremos na inteira Bíblia Sagrada e aceitamo-la como contendo a infalível Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo. A Palavra de Deus é a única e perfeita guia da nossa fé e conduta, e a Ela nada se pode acrescentar ou d’Ela diminuir. É, também, o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. (II Pedro, 1:21; II Timóteo, 3:16,17; Romanos, 1:16)".

Vamos lá:

Sobre a Bíblia, em minha opinião, só existe uma afirmação: “Contém a Palavra de Deus”. As outras duas afirmativas referem-se à Palavra de Deus que ficou distinta da Bíblia pela primeira afirmativa. O “contendo” fez da Bíblia mero recipiente, e da Palavra de Deus um componente.

O devido tópico aponta três frases afirmativas, cada frase é finalizada com um ponto final, esta pontuação indica que cada uma delas é completa. Assim, inicia-se outra afirmação acerca da Bíblia Sagrada, que por sua vez, também é completada com outro ponto; esta é a função principal do “ponto final” (.) em nosso artigo de fé, que é delimitar uma frase, de outra; é a gramática quem ensina isso. Na “terceira” afirmativa, afinal de contas, o quê o devido texto está afirmando que “É” o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, se não o assunto ou tema principal do artigo, a “BÍBLIA”? Igualmente, o que é afirmado na terceira afirmativa, também o é na “segunda” e na “primeira”.  As três afirmativas possuem a “Bíblia” como PALAVRA CHAVE do centro de suas afirmações, sendo Ela o tema central do ponto doutrinário. 

Digo mais, da mesma forma que não vejo erro algum em nosso artigo de fé; o mesmo é dito acerca da Bíblia Sagrada Tradução Brasileira: Na folha de rosto consta "Bíblia Sagrada contendo o Antigo e o Novo Testamento". Nem por isso, ambos os Testamentos deixam de ser “Palavra de Deus”. 

O ponto doutrinário, acerca da BÍBLIA, diz que ACEITAMO-LA COMO

1ª – Bíblia, aceitamo-la como: Contendo a infalível Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo.
2ª – Bíblia, aceitamo-la como: A Palavra de Deus é única e perfeita regra de fé e conduta (...).
3ª – Bíblia, aceitamo-la como: O poder de Deus para salvação de todo aquele que crê.  

Estas são as três frases a respeito da Bíblia, esta é a definição tal como “aceitamo-la”. Negar isto é querer tampar o sol com peneira. Lembrando que um dos referenciais presente no artigo, que dá sustentação aos meus argumentos em favor do devido ponto doutrinário, é categórico:

II Timóteo 3:16-17:  Nós cremos... “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.”

Portanto, argumentar que nosso ponto doutrinário não reconhece "Toda a Escritura como divinamente inspirada", não procede.

o vocábulo "conter" é sinônimo de "ter". Para ambos os casos e tantos outros, a palavra usada no Novo Testamento é uma só, a saber, "echõ", tal termo ocorre 709 vezes em suas mais variadas formas de acordo o contexto. Apenas dois exemplos:


Ao qual pertencia um altar de ouro para o incenso e a arca da aliança totalmente coberta de ouro, na qual estava uma urna de ouro "contendo" (Gr. echõ) o maná, o bordão de Arão, que floresceu, e as tábuas da aliança”. (Hebreus 9.4 - RA). - As aspas são minhas.

Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu "tens" (Gr. echõ) as palavras da vida eterna. (João 6.68). - As aspas são minhas.

Assim, embora haja nas Escrituras mensagens dos registros das Palavras ditas pelos fariseus, apenas as de Jesus transmitiam salvação.

O que foi considerado um “pormenor doutrinário” para mim é sumário; Se para ele a mudança foi “devida” e acertada, para mim era desnecessária e está errada; Ao final veremos se a explicação foi tão “plausível” (digna de aplauso e aprovação) conforme a definiu.

Nada há de errado, desde que seja bem compreendida. A mudança de um termo por outro, apenas acrescentou algo sem negar a afirmação anterior. Como bem demonstrado acima. Eu, pelo contrário, não preciso chegar “ao final” para comprovar isso, já comecei desde o início.

 Do Trocadilho:
“MENSAGEM DO REGISTRO X REGISTRO DA MENSAGEM – Explicando os dois extremos teológicos:”
Qual de vocês já tinha ouvido esta expressão? Confesso que pra mim que gosto de trocadilhos foi novidade, ele nos foi apresentado como “os dois extremos teológicos”, o que, de imediato, me causou estranheza. Como poderia haver compatibilidade entre dois extremos teológicos? Entre dois extremos o mais lógico é que haja discrepância, não concordância.

Ora, desde quando uma “expressão” (dito, revelação) para ser aceita precisa ter sido ouvida anteriormente? Citarei apenas um exemplo falível dessa argumentação: - Quando a expressão “Trinitas” (Trindade) foi dita por Tertuliano pela primeira vez, também soou como “novidade” aos seus ouvintes, causando-lhes de imediato, estranheza; principalmente entre os unitaristas; nem por isso deixou de ser Bíblica. Apenas no desenrolar dos dias e anos comprovou-se realmente sua veracidade, sendo aceita – como sendo verossímil - não por todos, é claro. Ora, meu querido, da mesma forma que uma só moeda possui seus dois extremos “cara e coroa”, a Bíblia também possui seus extremos “início e fim, benção e maldição, vida e morte, eterna alegria e tormento eterno, céu e inferno”, estas extremidades estão presentes nela.  

Já ocorre a primeira complicação: Se, “aceitamos da Bíblia a MENSAGEM DO REGISTRO como inspirada por Deus apenas as que tiveram origem ou procedência em Deus”, por regra hermenêutica haveríamos de aceitar as “mensagens do Diabo” como inspiradas pelo Diabo, e as “mensagens do homem” como inspiradas pelo homem. Então na Bíblia haveria a inspiração divina, a inspiração diabólica e a inspiração humana; estaria O Criador, a criatura e o Mentiroso falando pelas Escrituras, um absurdo total porque a Bíblia poderia tanto redimir como enganar tendo palavra de salvação e de perdição.

Ora, amado irmão, devemos estar atentos para distinguirmos quem está falando por meio da mensagem registrada, um claro exemplo:

Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis." (Gênesis 3.4).

Embora o Senhor tenha inspirado o seu servo a Registrar a mensagem dita pela serpente, quem é que está falando por meio da mensagem do registro, Deus, ou o Diabo personificado na Serpente? Portanto, aceitamos como inspirada por Deus apenas o “registro dessa mensagem”, e não a mensagem desse registro que é o engano, a mentira; afinal, ela (serpente) falou influenciada pelo Diabo, e não por Deus. A inspiração denota apenas a influência ou origem que motivou alguém a falar ou escrever. Neste caso, o Escritor foi inspirado por Deus para registrar a palavra mentirosa da serpente, ao passo que a serpente – para enganar, mentir - recebeu sua influência de Satanás; todos sabem, ele é o pai (fonte, origem) de toda a mentira, engano. Este verso acima serve para demonstrar a diferença entre o quem vem a ser registro da mensagem como inspirada por Deus, e ao mesmo tempo negar que a mensagem do registro que é a “mentira” tenha sido proferida por inspiração Divina. Nossa doutrina define esta verdade presente em toda a Bíblia.

Posso assegurar que o Pr Antônio Gilberto, bem como o Pr Elienai Cabral, Pr Claudionor de Andrade, Pr Presidente das AD José Welligton e outros editores da revista Lições Bíblicas CPAD, que utilizei muitas vezes para estudar, jamais diriam, sob qualquer aspecto, que a Bíblia contém a Palavra de Deus. Então o que foi que lemos?

Prezado irmão, eu não disse que no devido livro estaria “escrito” – literalmente – a palavra “contendo” ou que ele proferiu tal termo que, ante a clareza do que é dito por si só descarta a necessidade de estar escrito o “contendo”. O seu mesmo ponto de vista também é compartilhado pelas Testemunhas de Jeová, pois eles crêem que, jamais, sob qualquer aspecto a Bíblia diria “Trindade” acerca de Deus. Tanto um (contendo) como outro (Trindade), é subentendido, implícito na Bíblia. Explicarei isto mais à frente.

No estudo da Bíblia é preciso observar quem está falando através do registro sagrado.” (Gilberto, Antônio. Manual da Escola Dominical – Pela Excelência do Ensino da Palavra de Deus – Edição Atualizada, 14ª Edição/1995, pág. 53, Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) – Rio de Janeiro, RJ, Brasil).

No tocante ao verso por mim mencionado, Gênesis 3.4, quem está falando por meio do registro sagrado, Deus ou o Diabo? - O Diabo, por certo. Ora, não sendo Deus quem está falando, por questão de lógica, seria ilógico afirmar que o Diabo falou por inspiração divina. A inspiração está apenas no registro dessa mensagem. Afinal de contas, porventura a Bíblia não é composta de registros Sagrados do início ao fim?

1. Deus;
2. Homem;
3. Diabo.
Com efeito:
O Diabo. A Bíblia registra palavras e mensagens dele. Nos casos 2 e 3 acima, a inspiração divina consiste do registro da mensagem e não da mensagem do registro!” (Gilberto, Antônio. Manual da Escola Dominical – Pela Excelência do Ensino da Palavra de Deus – Edição Atualizada, 14ª Edição/1995, pág. 53, Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) – Rio de Janeiro, RJ, Brasil).”
 A solução das duas questões
Como solucionar estes dois problemas? Primeiro “Registro da Mensagem e Mensagem do Registro” é um método analítico quanto a aplicação, e não quanto a conceituação ou definição do texto bíblico. A aplicação do texto pode ser quanto ao povo, tempo, lugar, sentido, mensagem e procedência da mensagem. Esta é a mesma aula em outro site:
 
Ora, não há problema algum para ser solucionado, o fato está em que o meu querido irmão as apresenta como ‘problemas’. O nobre irmão parece desconhecer que “registro da mensagem e mensagem do registro” é um método analítico quanto à “aplicação” (colocação) sim, da “conceituação” (dito, idéia, essência) ou “definição” que é o mesmo que “descrição, fixação ou estabelecimento” da ideia. Afinal, a Bíblia é composta de mensagens, e estas mensagens estabelecem uma conceituação para aplicação da doutrina acerca da Bíblia. Os registros destas mensagens são inspirados por Deus, e isto, em sua totalidade; o mesmo não se dá com as mensagens dos registros, estas nem sempre são inspiradas por Deus. No livro supramencionado, essa explicação é sustentada na unidade I, capítulo IV, cujo tema é “A BÍBLIA E SUA MENSAGEM”.
O problema criado pelo irmão está em querer separar a Bíblia da mensagem contida nela. A Bíblia é composta de mensagens, e estas, são partes que compõe o todo daquela. 

Para que não haja interpretação e ensino errados, o ‘trocadilho’ que nos foi apresentado é somente para aplicação do texto parcial, não podendo ser usado para o contexto total, tampouco para basear uma confissão de fé (Explica o texto, mas não define a Bíblia). Não se trata de “dois extremos teológicos” mas uma ferramenta hermenêutica para auxiliar na compreensão e aplicação do texto. O que aconteceu foi que a explicação foi tirada do contexto da lição.

 O dito “trocadilho” não só é aplicável ao texto parcial como se faz presente no contexto total e, por sua vez, em toda a Bíblia Sagrada. Quando um texto não é inspirado na mensagem do registro, não obstante essa inspiração está presente no registro da mesma mensagem; ou, quando um texto é inspirado por Deus na mensagem do registro, também o é no registro da mesma mensagem. Como eu disse, estes dois extremos estão presentes em toda a Bíblia. Quanto ao termo “definir” é o mesmo que “explicar”, são termos sinônimos. Explicar os textos da Bíblia é o mesmo que defini-la ou descrevê-la, o irmão apenas trocou “seis” por “meia-dúzia”. O nobre irmão fez uma espécie de ‘trocadilho’ de termos, algo que já afirmou em “gostar” em fazer isso. O dito ‘trocadilho’ feito pelo irmão serve para confundir qualquer leitor incauto; como se o significado fosse diverso do outro. Não se baseia uma confissão de fé sem antes lançar mão da “ferramenta hermenêutica” sobre os textos base para compreensão e aplicação da mesma confissão de fé. Nada é estabelecido sem antes ser examinado e comprovado. Quanto em acusar-me de ‘tirar a explicação do contexto da lição’(?), tal não procede, afinal, a explicação está dentro do CONTEXTO do capítulo, cujo tema é “A BÍBLIA E SUA MENSAGEM”. Tudo é discorrido em torno da Bíblia.

Para resolvera (sic) a complicação inicial, as palavras, frases ou discursos de procedência humana ou diabólica não foram proferidos (inspirados) por Deus, por isso são falíveis, errantes e não são verdade; mas nem o homem por manipulação, nem Satanás por sedução e influência, determinaram que estas mensagens estivessem registradas na Bíblia, certamente toda a Bíblia É inspirada por Deus.

Ora, meu irmão, e não é isto que estou afirmando? Sendo estes mesmos discursos ou frases de procedência humana ou diabólica não sendo inspirados por Deus, o CONTRÁRIO destes discursos ou frases de procedência humana ou diabólica são inspirados por Deus. Portanto, conclui-se que entre os mesmos contém os inspirados e os não inspirados. No entanto, é salutar explicar que Deus inspirou os seus servos a registrar todas estas mensagens na Bíblia, sendo inspiradas em sua totalidade conquanto como registro das mensagens.

Palavra de Deus não é [só] o que Deus proferiu, é o que Deus revelou, ensinou e inspirou; portanto, embora não proferidas por Deus, as mensagens registradas (tanto sob a ótica do registro da mensagem como da mensagem do registro) são Palavra de Deus. Desse modo, existem outras falas na Bíblia, mas somente UM que fala por ela; e existem outras palavras, mas podemos considerar toda a Bíblia, sob todos os aspectos, como Palavra de Deus.

Volto a discordar do amado irmão. E para isto, cito:

No estudo da Bíblia é preciso observar quem está falando através do registro sagrado. (Gilberto, Antônio. Manual da Escola Dominical – Pela Excelência do Ensino da Palavra de Deus – Edição Atualizada, 14ª Edição/1995, pág. 53, Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) – Rio de Janeiro, RJ, Brasil).

Continuando, a inspiração plenária diz respeito apenas ao “registro de todas as mensagens da Bíblia”, quer seja histórica, poética ou profética. Tanto eu, quanto o autor do livro abaixo, discordamos do irmão, pois cremos que nem todas as mensagens dos registros são inspiradas por Deus. Os dois extremos são distintos um do outro. Um exemplo abaixo é apresentado pelo devido teólogo:

O Diabo. A Bíblia registra palavras e mensagens dele. Nos casos 2 e 3 acima, a inspiração divina consiste do registro da mensagem e não da mensagem do registro!” (Gilberto, Antônio. Manual da Escola Dominical – Pela Excelência do Ensino da Palavra de Deus – Edição Atualizada, 14ª Edição/1995, pág. 53, Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) – Rio de Janeiro, RJ, Brasil).

Portanto, sobre o exemplo acima, as “palavras” ditas pelo Diabo manifesta a “fala” dele, e não de Deus. Isso é ensinado na “escolinha dominical” conforme expresso no Manual acima. Nota que o autor fala da “BÍBLIA”, nessa direção, é que nosso ponto de doutrina afirma o “contendo”, pois as “palavras” contidas numa mensagem do registro, nem sempre é de Deus, isto é, inspirada por Ele; está muito bem explicado nas palavras do autor acima. Veja aí, o ‘trocadilho’ (registro da mensagem X mensagem do registro), goste ou não, são dois extremos teológicos.

Quando a fonte de procedência for humana ou diabólica, a fonte de inspiração será sempre divina. Quem foi testemunha da tentação de Eva pela serpente no Éden? Algum homem estava na reunião celeste para ter ouvido a argumentação de Satanás a Deus sobre Jó? O autor do Livro de São Mateus presenciou o debate bíblico de Jesus e o Diabo no deserto? Conhecemos esses diálogos e falas de procedência satânica pela revelação de Deus.

Bem, eu não estou retrucando nada disso, pois eu explico isso nos dois extremos teológicos. Quando a “fonte de procedência for humana ou diabólica”, diz respeito apenas à mensagem do registro, coisa que já expliquei sobejamente; “a fonte de inspiração será sempre divina”, isto diz respeito ao registro das mensagens. Acabou por concordar no que venho expondo desde o princípio. Por “fonte de procedência”, diz respeito a quem está falando através da mensagem, isto já está claro que nem sempre é Deus falando.

Eu preciso saber quando o homem fala na Bíblia para compreender o que Deus me fala pela Bíblia.

Querido, tanto o homem fala na Bíblia como Deus também fala. Tanto o Diabo diz na Bíblia, como o homem também diz. Mas para nós, o importante está em o que Deus diz para nos desviarmos acerca dos ditos do homem e do Diabo, estes últimos nos levam à morte. Isto sim, Deus nos adverte tanto “na” Bíblia, como “pela” Bíblia.

Assim exposto, só há uma fonte, uma procedência, uma inspiração para os textos bíblicos, por isso não posso dizer que eles contêm a Palavra de Deus, e só posso aceitar a Bíblia de um modo, porque não há outra afirmação que podemos fazer das Escrituras, senão que a Bíblia é a Palavra de Deus, e o que passar disso é de procedência humana e malígna.

Em se tratando do “registro das mensagens”, concordo plenamente contigo, só há uma fonte, uma procedência, uma inspiração para os textos Bíblicos. Venho afirmando isto desde o princípio e está presente em minha matéria. Realmente, o que passar disto é de procedência humana e maligna. Entretanto, o mesmo não se pode dizer das “mensagens dos registros”, estas não possuem uma fonte ou procedência única, e o irmão sabe disto muito bem.

 O irretorquível Dr. Aníbal 

Por “irretorquível”, não é aplicável à pessoa do Dr. Aníbal, o irmão sabe que o texto não se refere a ele, mas à “conclusão” do seu estudo sobre a Bíblia em contraste às tradições e o magistério romano.

Seria mesmo a conclusão do Dr. Aníbal Pereira Reis que “a Bíblia é e contém a Palavra de Deus”, irretorquível como ele mesmo classificou?
Aníbal foi, segundo apresentado, um tenaz combatente da teologia católica romana; estamos falando de Bíblia e qual a posição romana perante o ‘Livro de Deus’? Os católicos não tem a Bíblia como única guia de fé e prática. Colocam a tradição e o magistério em páreo com as Escrituras, também professam a infabilidade do Papa. Segundo os católicos a Bíblia apenas contém parte da Palavra de Deus. O que o Dr. Aníbal tenazmente combateu foram as outras fontes de autoridade da fé católica – tradição e magistério. Por isso declarou: “A Bíblia toda e somente a Bíblia é a Revelação de Deus! Em matéria religiosa a Sagrada Escritura basta. É de seu próprio teor ser suficiente”.

Meu querido irmão, quem está dizendo que o Dr. Aníbal andou combatendo a Bíblia? Francamente! Em todo o livro o mesmo mostrou a superioridade da Bíblia acima de qualquer ‘tradição’, veja que “tradição” não é aplicável no mesmo conceito das tradições apostólicas que foram escritas, principalmente por que eles não confiavam na tradição oral, afinal, diz ele que “quem conta um conto aumenta um ponto”. Não sei por que o irmão não transcreveu da minha matéria – na íntegra - o dito do Dr. Aníbal, preferindo citar de forma fracionária e separada. Pelo fato de ele confessar publicamente que seu estudo acerca da superioridade da Bíblia como que estando acima de qualquer afirmação controversa, o leva a uma irretorquível conclusão, de que Ela, a Bíblia é e contém a infalível Palavra de Deus! Veja que ele não nega nem uma coisa, nem outra. Faz duas afirmações, confiram os nobres leitores, o que é dito no “epílogo” (conclusão):

A Bíblia toda e somente a Bíblia é a revelação de Deus! Em matéria religiosa a Sagrada Escritura basta. É de seu próprio teor ser suficiente. “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando” (Dt. 4:2). “... nada lhe acrescentarás nem diminuirás” (Dt. 12:32), exortava Moisés. Todo este estudo agora encerrado nos leva a esta irretorquível conclusão: unicamente a Bíblia é e contém a Palavra de Deus e Sua revelação total para esta dispensação.” (Pereira Reis, Aníbal. O Vaticano e a Bíblia, pág. 121. Edições Caminho de Damasco, São Paulo, 1969).

A irretorquível conclusão gira em torno do que a Bíblia é para o autor, e não o que é o catolicismo.

Todavia, havia um motivo para não “ser mais usado por nossas igrejas” (batistas). Para Aníbal toda a verdade está na Bíblia, porém esta verdade deve ser encontrada sendo necessária, para tanto, uma experiência real na vida da pessoa, somente então a Bíblia se torna Palavra de Deus. Este “um dos mais extraordinários pregadores já conhecidos” ensina que a Bíblia é Palavra de Deus circunstancialmente, dependentemente de ser aceita como tal, e relativamente, ou seja, para o crente a Bíblia é, enquanto para o incrédulo ela apenas contém. Isto é teologia neo-ortodoxa, alguns teólogos neo-ortodoxos afirmam que Palavra de Deus é somente a pregação durante a qual a  Bíblia se transformaria, tornado-se em Palavra de Deus.
A Bíblia é sempre Palavra de Deus, independente de ser aceita como tal, independente das circunstâncias e experiências; mesmo quando usada como decoração em prédios públicos ela é Palavra de Deus mesmo que ali não seja apresentada como Palavra de Deus; ela é Palavra de Deus na mão do incrédulo, do ateu, do espírita, do pai-de-santo mesmo que por eles não seja aceita como Palavra de Deus; ela é Palavra de Deus quando está sendo pregada no púlpito, como ela é Palavra de Deus quando está sendo lida em casa; ela é Palavra de Deus mesmo servindo de calço do pé da mesa, mesmo quando utilizada para este fim desprezível continua sendo a completa e soberana Palavra de Deus.
O motivo do Dr Aníbal não “ser mais usado” nas igrejas batistas foi seu pensamento neo-ortodoxo, a sua própria conclusão ‘irretorquível’ (irrefutável) de que “a Bíblia é e contém a Palavra de Deus”. Os batistas com relação à Bíblia são ortodoxos, e uma combinação entre as declarações ortodoxa e neo-ortodoxa que as façam concordar trazendo compatibilidade entre duas posições ou “extremos teológicos” não é possível.

1º- O amado irmão inseriu o advérbio de negação ‘não’ junto à expressão “ser mais usado por nossas igrejas(batistas), ainda que fora das aspas um observador superficial irá pensar que “O Jornal Batista” estará negando o Sr. Aníbal de ser “mais usado” nas devidas igrejas, o que não é verdade. Sobre este acréscimo ‘não’,  o amado elaborou todo um amontoado de argumento, veja o devido jornal contrariando seu argumento no item “segundo”.

2º - Não é verdade que o mesmo afirma em a Bíblia ser Palavra de Deus ‘circunstancialmente’(?), pois “O Jornal Batista” (27/09/1970), segundo consta escrito no próprio livro, afirma que a MENSAGEM do Dr. Aníbal, reconhece a Bíblia como a Palavra de Deus e é evangélica: 

É grande o poder de comunicação do Dr. Aníbal. Com isso estabelece uma corrente de simpatia entre o púlpito e o auditório, preparação excelente para a entrega da mensagem. Esta é solidamente evangélica e forte na argumentação. E mais adiante: “E além do mais é um homem que leva a sério a vida espiritual. Um homem que crê na Bíblia e a considera a Palavra de Deus. (...) o Dr. Aníbal representa uma bênção para a igreja que o convida. Sua presença alegra, estimula, edifica e desafia os crentes. Tendo deixado um pastorado local, em São Paulo, para dedicar-se a esse trabalho mais amplo de evangelização, o Dr. Aníbal precisa ser mais usado por nossas igrejas. Nesta hora de evangelização é um dos mais extraordinários pregadores que conhecemos”. (Pereira Reis, Aníbal. Católicos Carismáticos e Pentecostais Católicos – Edições Caminho de Damasco, São Paulo 1982).

A Bíblia toda e somente a Bíblia é a revelação de Deus! (...) unicamente a Bíblia é e contém a Palavra de Deus e Sua Revelação total para esta dispensação.(Pereira Reis, Aníbal. O Vaticano e a Bíblia, pág. 121. Edições Caminho de Damasco, São Paulo, 1969).

Diz mais:A conclusão é patentíssima!!! Scriptura sola! Nada além da Bíblia! (Pereira Reis, Aníbal. O Vaticano e a Bíblia, pág. 122. Edições Caminho de Damasco, São Paulo, 1969).

Sabiamente os batistas souberam combater e repudiaram esta heresia do meio deles algo que se implantou agora na Congregação Cristã no Brasil.

Não se trata de ‘heresia’(?), tampouco combateram ou repudiaram os escritos do Dr. Aníbal. O fato está que o irmão não aceita isso como patentemente evangélica, o que é um direito seu; ninguém é obrigado a concordar. Porém, dizer que os batistas combateram os escritos do Dr. Aníbal, ao meu ver, carece de veracidade. Aliás, o nome dele é citado como autor de OBRAS ORTODOXAS, examine isso na Bíblia Apologética de Estudo (ICP) – Edição Ampliada, pág. 1418. 

Ora, desde antes os tempos apostólicos muitas heresias surgiram, saíram de férias e voltaram a aparecer. Bem observou Salomão: “Nada há de novo debaixo do sol”.

Verdade, irmão; apenas que isso não se enquadra no assunto em apreço, algo que venho provando desde o princípio dos meus argumentos.

A explanação ortodoxa do texto
Ao explanar sobre a MENSAGEM DO REGISTRO o autor foi ortodoxo: 
 “*REGISTRO DA MENSAGEM – Este outro extremo teológico, diz respeito ao registro de tudo o que se encontra na Bíblia Sagrada – de Gênesis a Apocalipse – quer seja histórico, poético ou profético, são inspiradas por Deus em sua forma plenária e verbal…”
Lembrando que “Este NÃO É outro extremo teológico”.

Quanto em eu explanar sobre a “mensagem do registro” o irmão reconhecer por ORTODOXA, isto faz DESMORONAR todo o seu argumento ‘refutatório’! Acaba por entrar numa flagrante contradição!!! 

Pois, o que eu venho sustentando a todo o momento? Que é exatamente na MENSAGEM DO REGISTRO que afirmamos a Bíblia em “conter” a inspirada Palavra de Deus, pois nem sempre quem está falando por meio das mensagens falaram por inspiração divina, até exemplos foram dados por mim.
Através desse seu reconhecimento, é até mesmo DESNECESSÁRIO eu me alongar em maiores discursos, uma vez que o amado irmão reconheceu PUBLICAMENTE ao dizer:

Ao explanar sobre a MENSAGEM DO REGISTRO o autor foi ortodoxo: 

Era exatamente nesta questão que TÍNHAMOS nossa controvérsia (risos). Só não concordo com o que é foi dito logo a seguir:

Lembrando que “Este NÃO É outro extremo teológico”.

Amado, para “ser” outro extremo teológico ou não, isso independe de sua concordância. Afinal, já expus sobejamente sobre o assunto. Assim creio, e manejarei até ao fim a espada, à direita e à esquerda.

Ao irmão Ricardo, um forte abraço fraternal.

Deus vos abençoe 

Fontes:

. Bíblia Sagrada, Tradução Brasileira – Edição com Referências, 2011, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, São Paulo;
. O Novo Testamento Grego - Textus Receptus. London. Trinitarian Bible Society - T.B.S.;
. Concordância Fiel do Novo Testamento Grego – Português – Português – Grego. 1ª Edição – 1994. São José dos Campos, São Paulo, Brasil. Editora FIEL;
. Gilberto, Antonio. Manual da Escola Dominical – Pela excelência do ensino da Palavra de Deus. Edição Atualizada, 14ª Edição/1995. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD;
. Pereira Reis, Aníbal. Católicos Carismáticos e Pentecostais Católicos – Edições Caminho de Damasco, São Paulo 1982;
. Pereira Reis, Aníbal. O Vaticano e a Bíblia, pág. 121. Edições Caminho de Damasco, São Paulo, 1969;
. Houais, Dicionário Sinônimos e Antônimos – Versão Ampliada – Nova Ortografia, 2ª Edição, Publifolha, São Paulo – SP, Brasil.