Não existe fórmula de saudação nas
Escrituras Sagradas. A Congregação Cristã no Brasil adotou em seu meio “a
paz de Deus” como modo de seus membros se saudarem. Enquanto um diz “a
paz de Deus,” o receptor responde selando com um gracioso “amém”
(assim seja). Argumentam alguns, que nós adotamos um modo diferente da
dos demais evangélicos; mas na verdade, a Congregação Cristã é mais antiga no
Brasil do que a maioria das denominações evangélicas - em particular –
às Assembleias de Deus e as igrejas neo-pentecostais.
Na maioria das vezes, os reclames partem destas duas últimas alas tardias do pentecostalismo no que diz respeito à saudação. Tanto a paz de Deus quanto a paz do Senhor são expressões corretas, são unânimes, conciliáveis e apontam para um único Ser: - O Senhor Jesus Cristo, a Paz de Deus entre os homens. Enquanto alguns grupos usam a paz do Senhor, a Congregação, por sua vez, utiliza a paz de Deus. Em suas cartas, no prefácio e saudação, o apóstolo Paulo menciona as duas como sendo uma só:
Pelo uso abundante do hebraico “Adon”
no Novo Testamento, com referência tanto a Jesus quanto ao Pai e também aos
homens, necessita, outrossim, do contexto para saber a que “amo” se
refere, se a Deus como o Senhor, ou aos homens como senhores.
No título divino Senhor dos senhores, usado unicamente para Iavé, não consta o termo Adonay:
Contradizendo os que advogam que o título Adonay
é usado nas Escrituras como título exclusivo a Deus, o Texto Hebraico diz que
os dois anjos com quem os homens de Sodoma queriam manter
relações sexuais, são chamados de Adonay:
“E disse-lhes: eis agora, meus senhores (hebr. na’-adonay), vinde para a casa do vosso servo, pernoitai nela e lavai os pés” (...). (Gn 19.2).
Na maioria das vezes, os reclames partem destas duas últimas alas tardias do pentecostalismo no que diz respeito à saudação. Tanto a paz de Deus quanto a paz do Senhor são expressões corretas, são unânimes, conciliáveis e apontam para um único Ser: - O Senhor Jesus Cristo, a Paz de Deus entre os homens. Enquanto alguns grupos usam a paz do Senhor, a Congregação, por sua vez, utiliza a paz de Deus. Em suas cartas, no prefácio e saudação, o apóstolo Paulo menciona as duas como sendo uma só:
(...) “Graça e paz de Deus nosso Pai, e
do Senhor Jesus Cristo”. (Rm 1.7; 1Cor 1.3; Gl 1.3).
O Texto de Romanos 1.7, transliterado do
hebraico:
“Lekhol ‘asher
beromî yedîey ‘elohîm uqeru’îm lihyot qedoshîm chesed veshalom lakhem me’et
ha’elohîm ‘abînu va’adoneynu Yeshua’ haMashîach.”
(Romanos 1.7).
Para a expressão Paz de Deus, Paulo
não usa “Shalom El”, mas “Shalom ‘Elohîm”. O plural ‘elohîm
ocorre 2250 vezes nas Escrituras Hebraicas, termo derivado do singular ‘eloah.
Na maioria das ocorrências, ‘Elohim se refere ao Deus de Israel.
Já o termo Adon (Senhor) mencionado por Paulo, ocorre mais de 400
vezes no Antigo Testamento com referência ao Deus Verdadeiro, e mais de 300 vezes aplicado a outros seres. Também, quando Tomé reconheceu a Jesus como ressuscitado (João
20.28) e ter sido lançado em rosto sua incredulidade, o mesmo chamou a Jesus de
'adonî (Senhor meu), termo proveniente de 'adon (senhor), assim
como empregou o termo ve'lohay (e meu Deus), vocábulo muito usado nas
Escrituras do Novo Testamento em Hebraico, referindo-se a Jesus
como Deus (hebr. 'elohîm), o Verbo encarnado (João 1.1).
Nota-se ainda, que há outro termo usado no
Antigo Testamento Hebraico para designar senhor, o termo ba’al (marido,
senhor, proprietário de terras, cidadão), vocábulo este aplicado
sobre as suas mais variadas acepções de acordo o contexto.É verdade que irmãos menos esclarecidos
apregoam erroneamente que a única saudação correta é a paz de Deus,
alegando que há muitos senhores; por outro lado, também é verdade que
muitos evangélicos se sentem desconfortáveis e não respondem a uma saudação com
a paz de Deus alegando haver muitos deuses. Mas, Paulo corrige a
ambos dizendo que para nós (cristãos) há um só Deus e um só Senhor (1Cor 8.5 e
6).
Quando saudamos com a paz de Deus, estamos
apontando para o Senhor Jesus:
“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os
povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua
carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em
ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e
pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as
inimizades.” (Ef 2.14, 15 e 16).
Enquanto um evangélico, diz: - “a paz do
Senhor”, o outro não responde com um “amém”, devolve-a do
mesmo modo que veio, dizendo: - “a paz do Senhor”.
Contrariamente, enquanto um membro da Congregação
saúda outro irmão com “a paz de Deus”, o receptor dessa paz, diz: -
“Amém!” Este é o nosso diferencial.
Aprofundando no termo saudação, alguns escritores
críticos procuram demonstrar superioridade de sua saudação, alegando que o modo
a “paz de Deus” em hebraico é o mesmo que Shalom El, ao
passo que a “paz do Senhor” em hebraico seria Shalom Adonay.
Esta última, Adonay, segundo eles, é um termo usado
especificamente ao Deus de Israel; e El, é termo genérico que
depende do contexto para saber se é a Deus, ou a um falso deus qualquer. O
problema para a forma Shalom Adonay, é que tal expressão não
existe em lugar algum das Escrituras Sagradas.
Como disse anteriormente, nas saudações apostólicas não constam Shalom El, mas Shalom 'Elohîm. Destarte, os apóstolos aplicavam a Jesus o termo Adon, e não Adonay. Jesus mesmo menciona isso em João 13.13, dizendo que eles diziam bem, chamando-O de Adon, e não de Adonay; vejamos isso em o Novo Testamento Hebraico:
"'attem qor'îm-lî rab ve'adon veheytabttem a'sher dibarttem kî-'anî hu' " (port. Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou - João 13.13). Portanto, chamá-Lo de Adon, conforme Jesus, é dizer corretamente conforme os apóstolos o chamavam.
Como disse anteriormente, nas saudações apostólicas não constam Shalom El, mas Shalom 'Elohîm. Destarte, os apóstolos aplicavam a Jesus o termo Adon, e não Adonay. Jesus mesmo menciona isso em João 13.13, dizendo que eles diziam bem, chamando-O de Adon, e não de Adonay; vejamos isso em o Novo Testamento Hebraico:
"'attem qor'îm-lî rab ve'adon veheytabttem a'sher dibarttem kî-'anî hu' " (port. Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou - João 13.13). Portanto, chamá-Lo de Adon, conforme Jesus, é dizer corretamente conforme os apóstolos o chamavam.
Em a haBrît hachaDashah (o Novo
Testamento) em Hebraico, a saudação usada por Paulo em suas cartas
não é Shalom Adonay, mas tão somente Shalom Adon! O termo Adonay
não é encontrado em nenhum dos 7.959 versículos do Novo Testamento em
Hebraico.
No título divino Senhor dos senhores, usado unicamente para Iavé, não consta o termo Adonay:
“Hodu la’adoney ha’adonîm kî le’olam
chasddo.” (Salmos 136.3).
Temos em 'Adoney, um termo derivado de 'adon.
No caso de Abraão:
“Vayiqqach
ha’ebed ‘asharah gemallîm migemalley ‘adonayv”… (port.
Tomou o servo dez dos camelos do senhor dele – Gênesis 24.10).
Notamos ainda, que o termo Adonay não
parece ser vocábulo de uso exclusivo a Deus; pois, lemos em Gênesis que três
homens (Gn 18.1) aparecem a Abraão, um deles é Iavé, chamado de Adonay:
“E disse: Senhor meu (hebr. Adonay), se
acho graça em tua presença, rogo-te que não passes do teu servo” (...). (Gn
18.3). – O negrito é meu.
Ora, destes três, apenas um é chamado de YHWH, e
é quem recebe o título de Adonay. O exegeta e erudito Charles C.
Ryrie, diz o que segue:
“18.2 três homens. Um deles era
o Senhor, Javé (v. 1); os outros dois eram anjos (cf. Gn 19.1).”
De fato, os dois anjos são distintos de
Javé:
“E foram os dois mensageiros (hebr. sheney
hamal’akhîm) para Sodoma” (...). (Gn 19.1).
A Bíblia de Estudo Almeida, publicada pela
Sociedade Bíblica do Brasil, diz o que segue:
“18.2 Três homens: Ao longo do
relato, um certo mistério envolve estes três hóspedes de Abraão. Um deles, o
porta-voz dos três, é identificado com o SENHOR (vs. 1.13, 17), ao passo
que os outros dois são, mais adiante, chamados de anjos (Gn 19.1, 15).”
Nota-se que, para o termo português SENHOR,
no Hebraico consta YHWH, Iavé.
“E disse-lhes: eis agora, meus senhores (hebr. na’-adonay), vinde para a casa do vosso servo, pernoitai nela e lavai os pés” (...). (Gn 19.2).
Em Gênesis 19.18, referindo-se aos dois
anjos, o texto literal, é:
“E disse Ló a eles: Não, por favor, os meus
senhores (hebr. adonay)!”
E agora, José?
Portanto, examinando os dois lados da “moeda”,
tanto a expressão a paz de Deus quanto à paz do Senhor, ambas são
empregadas corretamente, a diferença está apenas em que os membros da
Congregação empregam a aceitação da saudação com um gracioso “amém”,
ao passo que os demais evangélicos, não.
Finalizando, o vocábulo Adonay, não existe
nem mesmo em o Novo Testamento Hebraico, o que torna impossível a
saudação Shalom Adonay como que prescrita nas Escrituras do Novo Testamento. Devemos saudar, não somente os nossos irmãos, mais claro que cristal:
“E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?” (Mateus 5.47 - ACF). - O negrito é meu.
Deus vos abençoe.
“E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?” (Mateus 5.47 - ACF). - O negrito é meu.
Deus vos abençoe.
Romário N. Cardoso
BIBLIOGRAFIA:
תורה נביאים כתובים והברית החדשה. London.
Trinitarian Bible Society – TBS;
Alonso Schökel, Luis. Dicionário Bíblico
Hebraico – Português. 3ª Edição, 2004. São Paulo, Brasil. Paulus;
L. Holladay, William. Léxico Hebraico e
Aramaico do Antigo Testamento. 1ª Edição, 2010. São Paulo, Brasil. Vida
Nova;
Kaldwell Rirye, Charles. A Bíblia de
Estudo Anotada – Expandida. São
Paulo: Mundo Cristão,
Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 2007;
Bíblia de Estudo Almeida. Barueri – SP,
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.