Segundo alguns ‘estudiosos’
do assunto, a FÉ do apóstolo Pedro a respeito de Jesus está em 'conflito' (?) com a fé ortodoxa. Vejamos onde os ‘iluminados’ estão estribados ao formularem tal conceito:
“Respondeu-lhe, pois, Simão
Pedro: Senhor, para onde iremos nós? Tu tens
(Gr. echõ = tem, contem) as palavras da vida eterna.” (João 6.68). O sublinhado e negrito são meus.
Segundo ideias discordantes, ao dizer "tens", Pedro cometeu duas heresias:
1º – Jesus É a Palavra da vida
(1João 1.1,2; João 1.1; Apocalipse 19.13),
mas quando Pedro disse-lhe “tens” (sinônimo
de conter) a “palavra”, estaria
dizendo - segundo eles - que parte de Jesus é a palavra,
e outra parte ‘não é’ (?).
A Bíblia que se cuide, pois é assim que
eles pensam!
2º – Jesus É a vida eterna (1 João 5.20), mas estão a discutir que Pedro ‘negou’(?) que Ele seja a vida eterna ao dizer que apenas “tem” (contem) essa vida, argumentam eles que "ter/conter" não é o mesmo que “ser”.
Os que assim contestam, formulam o seguinte argumento: "Se é, não pode ter/conter; e se tem/contem, não pode ser."
Ora, uma coisa não anula a outra, pelo contrário, harmonizam-se; não há divergência, mas convergência. Derrubando a falácia da formulação acima, Deus tanto é a Vida, como a tem/contem:
"Porque, como o Pai tem/contem (gr. echõ) a vida em (gr. en = dentro de) si mesmo, assim deu também ao Filho ter/conter (gr. echõ) a vida em ( gr. en = dentro de) si mesmo". (João 5.26). - O negrito é meu.
O significado literal de "conter", é ter em si ou dentro de si. Eu creio que a Bíblia tem em si e dentro de si a inspiração divina. Ter em si e dentro de si, diz respeito ao conteúdo da Bíblia. Voltando no caso Pedro, segundo o raciocínio dos opositores do “tendo/contendo”, Pedro
afirmou todas essas ‘heresias’(?) para Jesus
que – pasmem - aceitou sem nada
contestar! Sendo Jesus conhecedor do passado,
presente e futuro, poderia ter dirigido a Pedro a seguinte repreensão:
“Simão, Pedro; Eu sou
a Palavra da vida, assim como Sou a vida eterna. Mas quando dizes que eu apenas contenho, não será “Barth” o pai da neo-ortodoxia, mas tu!”
O fato de Jesus não
ter repreendido e/ou corrigido Pedro, à semelhança que fez com “Filipe”
(João 14.9,10), foi porque sua fé era autêntica, genuína! Será que os opositores do
primeiro artigo de fé vão condenar a
Bíblia alegando que a mesma ‘tem/contem’
elemento... ‘Barthiano’?
Segundo um livro de Bíbliologia
de cunho ortodoxo, a Palavra de Deus possui dois
conceitos acerca da inspiração,
ou seja, inspiração original e inspiração derivada, vejamos:
“As cópias e as
traduções da Bíblia, encontradas no século XX, não detêm a inspiração original, mas contêm uma inspiração derivada, uma vez que são cópias fiéis dos
autógrafos. De uma perspectiva técnica, só os autógrafos são inspirados;
todavia, para fins práticos, a Bíblia nas línguas de nossa época, por ser a
transmissão exata dos originais, é a Palavra de Deus inspirada.”
(IBADEP,Teologia, Bibliologia - Reconhecido pelo Conselho de Educação e Cultura
da CGADB; pág. 75, 5ª Edição – Fevereiro/2007. Editora Unidade, Paraná,
Brasil). – O itálico e negrito são meus.
Portanto, nosso artigo primeiro diz que a Bíblia tanto é inspirada como contem em si mesma essa inspiração derivada, uma vez que não possuímos os originais, mas cópias das mesmas. Este é mais um (entre outros) exemplo que atesta a fidedignidade do nosso primeiro artigo de fé. Basta ler o devido artigo para ver como o mesmo está alinhado ao estudo Bibliologia; não vou entrar no mérito das cópias e das traduções,
afinal, para um bom entendedor, nada mais precisa.
Deus vos abençoe.
Romário N. Cardoso
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