Todas as citações deste estudo estarão em itálico. O culto a Maria é algo peculiar do Catolicismo Romano e derivados, e Catolicismo Ortodoxo. A palavra “católica” deriva do grego significando “universal”, ao passo que “romana”
é termo derivado de “Roma”. Há uma
contradição entre esses dois termos pelo fato de Roma não ser universal e
sim local. Portanto, é contraditório ser romana
e universal ao mesmo tempo. É válido lembrar que o pecado também é "católico", isto é, universal; pois está presente em todo lugar, em cada ser humano. O
Cristianismo sim, por ser universal é
destinado a todos os povos, nações e línguas em razão de a salvação em Cristo
Jesus ser proclamada a todos os homens (Atos 4.12). Nossa cidade está no céu,
sendo esta chamada de “Jerusalém de cima”
(Gl 4.26) e não Roma que é debaixo. Somos “o
Israel de Deus” (Gl 6.16) e não, ‘Roma de Deus’ (?)!
Evangélicos procuram importar
suas doutrinas unicamente das Escrituras Sagradas; diferentemente, o Catolicismo
Romano diz estar fundamentada nas 'Sagradas
Escrituras, Sagrada Tradição' e
no 'Sagrado Magistério'. Portanto, quando ensinos Católicos Romanos não encontram respaldo nas Escrituras, passam a apelar para a "Tradição" e ao "Magistério". Sobre a
pessoa de Maria, não é novidade apologistas Católicos argumentarem que não
prestam adoração a Maria, mas veneração, como se veneração e adoração não
fossem sinônimos em sentido religioso. É digno de nota que no
Catolicismo Romano se presta culto às
imagens – em particular à suposta imagem de Maria. Ora, segundo eles mesmos,
apenas veneram as imagens dos
‘santos’ e não as adoram; não obstante, as próprias Bíblias Católicas aplicam as palavras venerar e adorar como
sinônimas, como que trocando seis por
meia dúzia, e isso no contexto
Bíblico da idolatria:
ADORAR OU VENERAR
“Cativados pelo mal,
não merecem esperar senão o mal, os que o fazem, os que o amam e os que o veneram.” (Sabedoria 15.6 – Bíblia
Sagrada Ave Maria, Edição Claretiana – 2012 – Editora Ave Maria). – O negrito é
meu.
“Esses amantes do mal
merecem confiar em tais coisas: tanto os que as fabricam, como os que as amam e
adoram.” (Sabedoria 15.6 –
Bíblia Sagrada Tradução da CNBB com Introduções e Notas). O negrito é meu.
Conforme demonstrado acima, ambos os termos são sinônimos quando aplicado em sentido religioso (que fique
claro), isto é comprovado pelo Dicionário Latino – Português:
“Adoratio, nis, app. f. (de adorare).
(...) Apul. Supplica dirigida respeitosamente, adoração, veneração,
culto a Deus, respeito profundo, ceremonia religiosa.” (F. R. Dos Santos
Saraiva, Novíssimo Dicionário Latino – Português, Etimológico, Prosódico,
Histórico, Geográfico, Mitológico, Biográfico, Etc. 12ª Edição, Livraria
Garnier, Rio de Janeiro/Belo Horizonte – Brasil). O negrito é meu.
Ainda, outro Dicionário atesta o sentido religioso do termo:
“Adorar v.t.d. 1) Render culto a uma divindade. 2)
Venerar. 3) Amar extremamente, idolatrar.” (Minidicionário Português Com a
Nova Ortografia da Língua Portuguesa – Edição Atualizada. Editora Provenzano).
Como se pode ver, adoração
e veneração são apenas palavras
diferentes, mas que possuem o mesmo resultado no círculo religioso,
cultual. A veneração a Maria mãe de
Jesus é superlativa no círculo Católico,
certa literatura, diz:
“Não receia S.
Bernardino de Sena concordar com a sentença de que “ao império de Maria todos
estão sujeitos, até o próprio Deus”. Isto é, Deus lhe atende os rogos como se
foram ordens.” (Afonso de Ligório, Santo. Glórias de Maria, pág. 152,
Editora Santuário, Aparecida – SP – Brasil).
Heresia tal que... Dispensa até comentário! Difícil é
imaginar Paulo, Pedro e os demais apóstolos juntos com a Igreja carregando
imagens de escultura sobre os ombros em procissão pelas ruas. Impossível os
apóstolos se ajoelharem perante Maria clamando por proteção, ou ainda rogando a
ela. Nenhum dos apóstolos venerava Maria, estes desconheciam por completo a
mega quantidade de crenças criadas em torno dela, tais criações nada tem a ver
com os apóstolos. As Escrituras Sagradas
não ensinam nenhuma devoção religiosa à Maria, muito menos que se deve rogar a
ela com orações e súplicas.
O DOGMA DA IMACULADA
CONCEIÇÃO
O Papa Pio IX declarou em 1854:
“A beatíssima Virgem
Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio
de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero
humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original.” (Catecismo
da Igreja Católica, 491).
Curioso, é que a outra ‘igreja’ Católica “Ortodoxa”
contradiz esse dogma Romano crendo que Maria era pecadora. Quando a ‘igreja’ Romana
afirma a ‘Imaculada Conceição’ (?) o faz estribada em Lucas 1.28, vejamos o que
diz o texto, segundo uma Bíblia Católica:
“Entrando, o anjo disse-lhe: “Ave, cheia de graça, o Senhor
é contigo”. (Bíblia Sagrada Ave Maria, Edição Claretiana – 2012 – Editora Ave
Maria).
Ave, é saudação
latina:
“Ave, seg. pess. Sing.
Imper. de avere. Bom dia, Deus o salve.” (F. R. Dos Santos Saraiva,
Novíssimo Dicionário Latino – Português, Etimológico, Prosódico, Histórico,
Geográfico, Mitológico, Biográfico, Etc. 12ª Edição, Livraria Garnier, Rio de
Janeiro/Belo Horizonte – Brasil).
Portanto, à luz do latim “Ave, cheia de graça” significa “bom
dia, cheia de graça”, ou ainda, “Deus a
salve”. Esta última, ela entendeu, pois confessou que seu espírito se
alegra em “Deus, meu Salvador”
(Lucas 1.47), isto é, alegrou-se em Jesus o Salvador dela e de todos os outros pecadores. Se Maria não tivesse
pecado, não necessitaria de salvador, salvava-se
a si mesma. Em Grego, cheia de graça corresponde a
“charitóõ” (Lucas 1.28); tal graça
não é exclusividade de Maria, pois o mesmo vocábulo dirigido a Maria também é dito
acerca da Igreja, “charitóõ”, cheia de
graça (Efésios 1.6); não sendo, portanto, exclusividade de Maria.
Em Gênesis 3.15, dizem ainda que quem esmagará a cabeça da
serpente é ela, Eva; pois a Bíblia Vulgata diz “ela” (lat. ipsa) e não “ele” (lat. ipsi). Os Católicos romanos
dizem isso porque afirmam ser Eva um tipo de Maria - ela. A Bíblia Vulgata nada
mais é do que uma “tradução” que não satisfaz - neste quesito - o Grego (Septuaginta) muito menos
a Bíblia Hebraica. O Texto da Septuaginta diz ‘autós sou terései kephalen” (ele
te esmagará cabeça) e o original Hebraico diz “hu’ (ele) yeshufkha ro’sh
ve’attah teshufennu ‘aqeb” - ele (hebr. hu’) te esmagará cabeça, e tu esmagarás
calcanhar”.
Portanto, quem esmagará cabeça da serpente é ele (hebr. hu’; gr. autos) – Jesus
Cristo, e não Maria. A Vulgata traduziu o pronome
masculino (hebr. hu’) de forma
para lá de equivocado (no feminino, lat. ipsa),
e essa crença Católica não se sustenta pela “raiz” que é o original Hebraico, muito menos pelo tronco que é a versão dos Setenta (LXX)!
CULTO ÀS IMAGENS
Para “explicar” que não são idólatras, apologistas Católicos argumentam haver três tipos de “culto”,
denominados por eles de “latria”
(culto exclusivo a Deus); “dulia”
(douleuo - servir) culto ‘aplicável aos santos’ (?) e “hiperdulia” (hyper –
acima de; douleuo – servir), hyperdouleuo, significa “servir acima de” aplicam a Maria um serviço acima de, ou mais que os outros.
Ora, não é o fato de apresentarem outras palavras que o
significado não seja o mesmo de adorar,
ledo engano! Como Cristãos, não devemos prestar culto a nenhuma criatura, e isso independe das variações de nomes,
se proskyneo, latria, douleuo ou hyperdouleuo! Quando se diz “culto”, de modo insofismável diz
respeito ao campo religioso,
significando adorar. Quem diz isso é
a própria literatura Católica Romana
– artigo acadêmico! Vejamos o que diz
tal publicação da Editora Paulus:
“Douleuõ: vb. (...) 2. transl.: em
sentido religioso, teológico: a. prestar culto, adorar: Rm 12,11”.
(Rusconi, Carlo, Dicionário do Grego do Novo Testamento, Editora Paulus, São
Paulo – Brasil).
Assim, a própria literatura Católica é quem afirma que o
termo douleuo aplicado no sentido religioso para culto, é adorar! Quando Católicos prestam culto
de “douleuo” às imagens, ou ainda hyperdouleuo à Maria estão na verdade adorando-as, praticando idolatria.
O referido Dicionário apontou Rm 12,11, vejamos quem é digno do culto de douleuo:
“Sede
zelosos e diligentes, fervorosos de espírito, servindo (Gr. douleuo)
sempre ao Senhor”. (Romanos 12,11). O negrito é meu.
Como pode ser constatado pelo texto Bíblico, “douleuo” (servir) em sentido religioso de culto é “sempre ao Senhor”, a ninguém mais!
Notem que o texto afirma que o nosso douleuo
é “sempre ao Senhor”... Sempre! Mas na contramão da Escritura
os Católicos Romanos exigem uma “hyperdouleuo” (servir acima de, mais que) o Senhor. Para Deus, conforme o texto
Bíblico, “culto de douleuo”; mas para
Maria, “culto acima de” (hyperdouleuo) o Senhor? Trata-se de uma
heresia, pois nenhuma criatura é digna do nosso douleuo no sentido de culto, imagine então dar hyperdouleuo... É honrar e servir a
criatura mais que o Criador, para longe de nós tal heresia!
Imagine então excluir
Deus de uma expressão Cristã e no lugar substituí-Lo por Maria,
impossível? – De modo algum. Isso já foi feito por um servo de Maria que, na
ânsia de exaltá-la, a colocou num lugar que pertence a Deus, confira:
(...) “Se Deus é por
nós, quem será contra nós?” (Romanos 8,31).
(...) “Se Maria é por
nós, quem será contra nós?” (Afonso de Ligório, Santo. Glórias de Maria,
pág. 90, Editora Santuário, Aparecida – SP – Brasil).
Ora, o serviço
que todos os cristãos tributam a Deus
é serviço cultual, adoração; assim,
porventura não estão a nivelar a escrava
Maria com o seu Criador dando a ela o mesmo servir (douleuo)
que é dado ao Deus criador? - Confira:
“De modo que, na frase
de S. Bernardino de Sena, quantas são as criaturas que servem a Deus, tantas
também devem servir a Maria.” (Afonso de Ligório, Santo. Glórias de Maria,
pág. 35, Editora Santuário, Aparecida – SP – Brasil).
Mas que ousadia! Nós Cristãos não servimos a Deus no mesmo
sentido que servimos uns aos outros. Para Deus, nosso
"servir" (dulia) é
cultual, é
adoração (
proskyneo;
latreia;
douleuo), a ninguém mais! Exigem "
também" para Maria o "
servir" (dulia) que é dado a
Deus!
"
Respondeu-lhe Jesus: “Para trás, Satanás, pois está escrito:
Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás” (Deut. 6,13).” (Mateus 4.10 -
Bíblia Sagrada Ave Maria). - O negrito é meu.
No texto grego o vocábulo "adorarás” não é latria, mas
“proskyneo”! Ao passo que “servirás” é “latria”. Para repreender Satanás, Jesus
evocou o texto Hebraico de Deuteronômio 6.13, e no texto Hebraico o correspondente
de latria é ‘aba, vejamos o significado de ‘aba no Dicionário Bíblico Hebraico
– Português da Editora Paulus, uma Editora Católica Romana:
“ ‘aba 4. Campo do culto. A) Venerar, servir, adorar.”
(Alonso Schokel, Luis. Dicionário Bíblico Hebraico – Português, pág. 474, 3ª
Edição 2004, São Paulo – Brasil).
Como se pode ver, latria em Hebraico é ‘aba,
significando “venerar, servir, adorar”. Assim, quando se “venera” Maria e imagens,
estão na verdade “servindo-as ou adorando-as”, cuja palavra em grego nada mais é que
latria - consequentemente - idolatria! Simples assim. É o que sempre venho dizendo, em sentido religioso
“venerar” é o mesmo que “adorar”, douleuo significa “servir”, o mesmo
significado hebraico de ‘aba o qual corresponde ao grego latria... E isso é
comprovado pelos artigos Bíblicos Acadêmicos da própria ‘igreja’ Romana.
Portanto, na sã doutrina deixada pelos apóstolos não há
lugar para que se possa servir ou prestar culto
a “escravos”, mas ao Senhor deles.
CULTO À MARIA
Assim consta no Catecismo da Igreja Católica:
“Todas as gerações me
chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48): “A piedade da Igreja para com a Santíssima
Virgem é intrínseca ao culto cristão.” (Catecismo da Igreja Católica 971).
Ora, o fato de Maria ser bem-aventurada
não lhe confere nenhum direito de ser “cultuada”, pois o ato de cultuar é intrínseco à adoração! Isso já foi explicado anteriormente sobre os termos adoração/veneração, latreia, douleuo
e hyperdouleuo. A primeira pessoa a
chamar Maria de bem-aventurada – talvez
no intuito de exaltá-la mais que as outras santas de Deus – foi uma mulher
dentre a multidão, a qual Jesus replicou
estendendo essa bem-aventurança a todos
os que ouvem a Palavra de Deus e a guardam:
“Enquanto ele assim
falava, uma mulher levantou a voz do meio do povo e lhe disse: “Bem-aventurado
o ventre que te trouxe, e os peitos que te amamentaram!” Mas Jesus replicou:
“Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam!”
(Lucas 11. 27,28 – Bíblia Sagrada Ave Maria).
É o que nós evangélicos fazemos, seguimos o exemplo dado
pelo Senhor Jesus e também replicamos,
pois essa bem-aventurança é
estendível a todos os que ouvem a palavra de Deus e a observam.
Literatura Católica, afirma:
“Não sabeis que é ela
a única cidade de refúgio e a única esperança dos pecadores? Também nos sermões
atribuídos a S. Agostinho, Maria é chamada nossa única esperança.” (Afonso
de Ligório, Santo. Glórias de Maria, pág. 105, Editora Santuário, Aparecida –
SP – Brasil).
Só se for única
esperança dos Católicos Romanos, pois a única
esperança Cristã está depositada
sobre a pessoa do Senhor Jesus, pois debaixo
do céu nenhum outro nome foi dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos:
“Em nenhum outro há
salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo
qual devamos ser salvos.” (Atos 4.12).
Portanto, não há
salvação no nome de Maria, Pedro ou qualquer outro “santo”, unicamente há
salvação no nome do Senhor Jesus, outro nome não leva a lugar algum a não ser
ao campo dos perdidos.
“Porque todo aquele
que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Romanos 10.13).
No livro “Glórias de Maria”, escrito por um 'doutor' e ‘santo’ do
Catolicismo Romano, conhecido por “santo Afonso Maria de Liguori”, tributam a
Maria os nomes de “Divina Mãe, onipotente, onividente, porta do céu,
única esperança”, etc. Todos esses
nomes não são aceitos pelos Evangélicos exatamente pelo fato de as Escrituras
Sagradas serem nossa única regra de fé e
prática, conforme consta em nossa doutrina.
Ao invocar outro nome para ser salvo, é estar com passagem falsificada, entrar em barco
furado e fazer morada nas profundezas. Que Deus nos livre disso!
Há ainda muitos
ensinos estranhos às Escrituras referente a pessoa de Maria, serva de
Deus, mas que não foi mencionado aqui para não alongar muito esse
estudo.
Romário N. Cardoso