A primeira menção do sábado está em Gênesis:
“E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no
sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e
o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e
fizera.” (Gênesis 2.2,3).
Em ambos os textos o verbo descansar, em Hebraico é “shabat”,
significando “cessar, parar, imobilizar-se”. Portanto, o termo
“descansou” (hebr. shabat) não significa que Deus estava cansado, mas que Ele “cessou,
parou” a Sua obra criativa, pois que havia chegado ao final, estava
completa. Sabemos que o nosso Deus nem se cansa nem se fadiga:
“Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos
fins da terra, nem se cansa nem se fadiga? É inescrutável o seu entendimento.”
(Isaias 40.28).
Tendo, o Senhor, abençoado o dia sétimo, não deu mandamento
algum ou ordem para que o mesmo fosse guardado, isso somente foi ordenado em
Moisés. É certo, porém, que Deus “cessou, parou” de criar,
mas não o trabalho de preservar a obra que fizera, para o
bem-estar de toda Sua criação. Jesus mesmo disse que Deus trabalha no sábado dando
sustentação a toda Sua criação:
“E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho
também.” (João 4.17).
Assim, Deus não se cansou no trabalho criativo tanto
material quanto espiritual que fizera, mas apenas com a entrada do pecado no
mundo, foi que Deus começou a se cansar de ver as obras pecaminosas do
homem:
“Não me compraste por dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos
teus sacrifícios me satisfizeste, mas me deste trabalho com os
teus pecados, e me cansaste com as tuas iniqüidades.”
(Isaias 43.24). – O negrito é meu.
OS MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS
O nome do quinto livro da Bíblia é Deuteronômio, do grego “deúteros”
(segundo) e “nomos” (lei), igualmente: “segunda Lei” ou “repetição
da Lei”. Os judeus chamam-no de “haDebarim” (as Palavras), portando,
as palavras de Lei. Assim, as palavras da Lei de Deus não encerram apenas em os dez
mandamentos. Segundo o judaísmo, uma das figuras mais proeminentes da
religião judaica foi o “Rambam” – Rabi Moshé ben Maimon, nascido em Córdoba,
Espanha, em 1135 d.C., codificou a Torah (Lei) enumerando-a em 613
preceitos ou mandamentos (hebr. mitzvot).
A Lei não foi dada por herança aos gentios, mas aos filhos de Israel:
“Moisés nos deu a lei, como herança da congregação de Jacó.”
(Deuteronômio 33.4). - O negrito é meu.
A Lei não é divisível em moral, civil e cerimonial,
é una:
“Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei
em Israel, a qual deu aos nossos pais para que a fizessem conhecer a seus
filhos.” (Salmos 78.5). - O negrito é meu.
Podemos, assim, dizer - artificialmente - categorias de
leis, e não divisão.
O CRISTÃO ESTÁ OBRIGADO A GUARDAR A LEI E, CONSEQUENTEMENTE, O SÁBADO?
Não, não está obrigado à guarda da Lei ou tampouco do sábado, pois que
pertence ao Antigo Pacto e a Lei é una e não deve ser
obedecida apenas em parte pelos judaizantes atuais. Em razão disto, o apóstolo
Paulo nos ensinou:
“Havendo apagado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a
qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós,
cravando-a na cruz.” (Colossenses 2.14). – O negrito é meu.
Ora, a cédula que era contra nós nas suas ordenanças,
é a Lei:
“Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca da
aliança do SENHOR vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra
ti.” (Deuteronômio 31.26). – O negrito é meu.
O sábado é uma dessas ordenanças, descritas em Colossenses 2.14, vejamos o que escreveu uma sabatista, a senhora Ellen G. White:
"O profeta apresenta nestas palavras a ordenança que tem estado esquecida: "Seu povo reconstruirá as velhas ruínas e restaurará os alicerces antigos; você será chamado reparador de muros, restaurador de ruas e moradias. Se você vigiar seus pés para não profanar o sábado e para não fazer o que bem quiser em Meu santo dia; se você chamar delícia o sábado e honroso o santo dia do Senhor, e se honrá-lo, deixando de seguir seu próprio caminho, de fazer o que bem quiser e de falar futilidades, então você terá no Senhor a sua alegria" (Isaias 58:12-14).". (G. White, Ellen, A Grande Esperança - Viva com a certeza de que tudo vai terminar bem, págs. 72 e 73, Edição Revisada, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí - SP, Brasil).
Sabe-se que o profeta está falando com a nação judaica, seu povo; nada tendo a ver com a Igreja de Cristo; afinal, o ministério da Lei e os profetas duraram até João, o Batista. Sobre o “sábado”, não há nenhuma prescrição em todo o Novo Testamento, uma só ordem para que a igreja venha a guardar tal dia. Vejamos alguns tipos de "trabalhos" (hebr. melakhah) - desconhecidos por muitos – que faz com que muitos sabatistas gentios violem o sábado:
O sábado é uma dessas ordenanças, descritas em Colossenses 2.14, vejamos o que escreveu uma sabatista, a senhora Ellen G. White:
"O profeta apresenta nestas palavras a ordenança que tem estado esquecida: "Seu povo reconstruirá as velhas ruínas e restaurará os alicerces antigos; você será chamado reparador de muros, restaurador de ruas e moradias. Se você vigiar seus pés para não profanar o sábado e para não fazer o que bem quiser em Meu santo dia; se você chamar delícia o sábado e honroso o santo dia do Senhor, e se honrá-lo, deixando de seguir seu próprio caminho, de fazer o que bem quiser e de falar futilidades, então você terá no Senhor a sua alegria" (Isaias 58:12-14).". (G. White, Ellen, A Grande Esperança - Viva com a certeza de que tudo vai terminar bem, págs. 72 e 73, Edição Revisada, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí - SP, Brasil).
Sabe-se que o profeta está falando com a nação judaica, seu povo; nada tendo a ver com a Igreja de Cristo; afinal, o ministério da Lei e os profetas duraram até João, o Batista. Sobre o “sábado”, não há nenhuma prescrição em todo o Novo Testamento, uma só ordem para que a igreja venha a guardar tal dia. Vejamos alguns tipos de "trabalhos" (hebr. melakhah) - desconhecidos por muitos – que faz com que muitos sabatistas gentios violem o sábado:
1. Ascender fogo para fazer ou esquentar alimentos, etc.;
2. Escrever, desenhar, pintar, imprimir;
3. Acessar a internet, pois estará pagando para que outros trabalhem
no sábado para mantê-lo no “ar”;
4. Apagar fogo, ainda que haja incêndio na casa;
5. Lavar utensílios domésticos, por exemplo, louças;
6. Varrer a casa, passar pano, etc;
7. Transportar qualquer objeto em público (inclusive a Bíblia), seja leve
ou não;
8. Viajar num ônibus, trem ou avião, pois o motorista ou piloto está
sendo pago para trabalhar;
9. Ligar a TV, pois alguém estará trabalhando para mantê-lo no “ar”, sendo
assim cúmplice do trabalho alheio;
10. Carregar um casaco (ou paletó) sobre o braço é um trabalho,
portanto, proibido no shabat. Ao vesti-lo, deixa de ser trabalho.
Alguns dos itens acima possui como fonte - parafraseada por mim - da literatura judaica: - "Daian Dr. Isidor Grunfeld. O Que é Respeitar o Shabat – Um guia para seu cumprimento e compreensão. Editora e Livraria Sêfer, 2008, São Paulo, SP, Brasil."
Todas elas se enquadram como “melakhah” (trabalho).
Todas elas se enquadram como “melakhah” (trabalho).
Definição de “melakhah” pelo judeu:
“Definimos melachá como qualquer ato que mostra o domínio do homem
sobre o mundo pelo exercício objetivo e construtivo de sua inteligência e suas
capacidades.” (Daian Dr. Isidor Grunfeld. O Que é Respeitar o Shabat – Um
guia para seu cumprimento e compreensão, pág. 30. Editora e Livraria Sêfer,
2008, São Paulo, SP, Brasil).
Sobre o trabalho (hebr. melakhah) no sábado:
“Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhum
trabalho (hebr. melakhah) nele, nem tu, nem teu filho, nem tua filha,
nem teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem a tua jumenta, nem animal
algum teu, nem o estrangeiro que está dentro de tuas portas; para que o teu
servo e tua serva descansem como tu.” (Deuteronômio 5.14). – O negrito é
meu.
Em outras palavras, o judeu não pode permitir ao estrangeiro que estiver
“dentro de tuas portas” realize algum tipo de trabalho, pois se permitir
será cúmplice de transgredir o Shabat, pois “dentro de tuas
portas” o cidadão judeu exerce sua autoridade.
Sabemos que a Lei exerce seu domínio sobre quem está vivo para ela, não
para nós que nos consideramos mortos para a mesma:
“Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo
corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que
ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” (Romanos
7.4). - O negrito é meu.
A diferença entre os que são da lei, e os que são da fé:
“De sorte que os que são da fé são benditos
com o crente Abraão. Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo
da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em
todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. E é evidente
que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo
viverá da fé.” (Gálatas 2.9, 10, 11). – O negrito é sublinhar é meu.
Portanto, o justo vive e viverá pela fé, e não pela lei, uma vez que a
lei não é da fé (Gálatas 3.12); que isto fique claro. Guardar a
lei não é abraçar apenas os dez mandamentos, Paulo deixou isso
claro ao dizer que deve “permanecer em todas as coisas que estão escritas no
livro da lei”, se assim não for, qualquer sabatista estará debaixo da
maldição da mesma lei que se diz ‘guardar’ (?). Ora, o livro da Lei é
Deuteronômio, foi esse livro que o escriba Hilquias achou na casa do Senhor
(2Reis 22.8) e que os antigos sabatistas não deram ouvidos para fazerem tudo o
que se encontra escrito no mesmo, despertando a ira de Deus contra
eles (2Reis 22.13).
Foi essa mesma lei que Paulo disse ser contra nós, que
Cristo cravou-a na cruz (Colossenses 2.14; Deuteronômio 31.26).
Deus disse que o sábado fosse guardado pelos filhos de Israel,
e não pela Igreja Cristã, foi um sinal entre Deus e a nação
judaica, e não entre Deus e a Igreja de Cristo:
“Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel,
celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua. Entre mim e os filhos
de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor
os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou, e restaurou-se.” (Êxodo
31.16, 17). - O negrito é meu.
Ora, sabemos que Deus anunciou o “evangelho” da fé a
Abraão (Gálatas 3.8), e não a lei ou tampouco o sábado.
Todos serão julgados segundo o evangelho, e não segundo a lei:
“No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus
Cristo, segundo o meu evangelho”. (Romanos 2.16). - O negrito é
meu.
Somos confirmados perante Deus, segundo o evangelho pregado
por Paulo e que foi pregado por Cristo, à obediência da fé e
não da lei:
“Ora, aquele que é poderoso para vos confirmar segundo
o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo,
conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto, mas
que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo
o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé”.
(Romanos 16.25, 26). - O negrito é meu.
Ora, sabemos que a lei não é da fé e tampouco somos
justificados por ela:
“E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus,
porque o justo viverá da fé. Ora, a lei não é da fé; mas o homem, que
fizer estas coisas, por elas viverá.” (Gálatas 3.11, 12). - O negrito é
meu.
Ora, será apenas os dez mandamentos que o homem terá de fazer, caso
deseje viver pela lei? – O contexto explica que não:
(...) “todas as coisas que estão escritas no livro da lei”.
(Gálatas 3.10).
Toda a lei judaica está enumerada em 613 mitzvot (mandamentos). Se assim
não for, por obediência aos 613 mitzvot (mandamentos), os que procuram se submeter à
lei estarão debaixo da maldição, é o que diz a Escritura. Não é guardar apenas
os dez mandamentos, ledo engano. Uma coisa que os sabatistas não explicam aos
seus conversos, é que a palavra Lei (hebr. torah) não
é aplicável apenas aos dez mandamentos, mas ao total
conteúdo dado no Sinai, o contrário disto é argumento arbitrário e antibíblico.
A Palavra de Deus não diz que é bendito o que apenas
cumpre os dez mandamentos; pelo contrário, para o judaizante ficar
livre da maldição da Torah, é necessário cumprir “todas as coisas que
estão escritas no livro da lei”, e não apenas dez destas coisas,
se não, vejamos:
“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da
maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas
as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” (Gálatas
3.10). – O negrito é meu.
É um erro gravíssimo, pois, procurarmos nos submeter à lei a qual
devemos estar mortos. Afinal, a lei exerce seu domínio sobre os vivos e
não sobre os mortos.
“Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei (Gr.
Nomos; hebr. Torah) pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que
ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” (Romanos
7.4). – O negrito e sublinhado é meu.
Imagine um pregador anunciando a Lei para os defuntos em um cemitério; é
esta a ideia transmitida por Paulo ao dizer que estamos mortos para a Lei, esta
não possui domínio sobre os mortos para que possam viver por ela. Quanto a
viver, vivemos pela graça de Deus mediante a fé, para pertencermos a outro;
isto é, Cristo Jesus, nosso Senhor.
Vivendo sob a Lei, o Senhor Jesus não repreendeu os apóstolos quanto a
terem violado o sábado, colhendo espigas:
“Naquele tempo passou Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus
discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas, e a comer. E os fariseus, vendo
isto, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer
num sábado. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve
fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e comeu os
pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam,
mas só aos sacerdotes? Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os
sacerdotes violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois eu vos digo que está aqui
quem é maior do que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa:
Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. Porque o
Filho do homem até do sábado é Senhor.” (Mateus 12.1 ao 8).
A Bíblia Apologética de Estudo, nos fornece a seguinte explicação:
“Como o Senhor do sábado, Jesus defendeu seus discípulos quando
acusados de estarem transgredindo esse dia por colherem espigas. E como fez
isso? Apontando o exemplo de Davi, que comeu os pães da proposição, quando não
era permitido comer (1Sm 21.6). Partindo da idéia da teoria adventista das duas
leis (moral e cerimonial), se a observância do sábado fosse uma regra moral, os
fariseus poderiam ter retrucado que Davi havia transgredido um preceito
cerimonial ou ritual da lei, e que os discípulos estavam seguindo outro
caminho. No entanto, Jesus acrescentou: “Ou não tendes lido na lei que, aos
sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa?”.
(Bíblia Apologética de Estudo – Edição Ampliada, pág. 917, ICP – Instituto
Cristão de Pesquisas, 5ª Edição 2011, Jundiaí/SP, Brasil).
Em contrapartida, o Messias, como o Profeta, pode ordenar - segundo o judaísmo - a alguém que viole um dos preceitos da Torah, caso necessário:
"Por este preceito somos ordenados a ouvir todo profeta, que a paz esteja com eles, e a fazer o que quer que ele ordene, mesmo que isso seja contrário a um ou mais preceitos, desde que isso seja temporário e que não represente uma adição ou subtração permanente, como explicamos na introdução de nosso "comentário sobre a Mishná". O versículo das Escrituras pelo qual Ele nos impõe isto, enaltecido seja Ele, é: "A ele ouvireis" (Deuteronômio 18:15), sobre o qual o Sifrei diz: " 'A ele ouvireis': ainda que ele lhe diga para violar temporariamente um dos preceitos impostos pela Torah, você deve atendê-lo". (Maimônides – Moshé Ben Maimon - Ha Rambam. Os 613 mandamentos (Tariag Ha-Mitzvoth), págs. 153 e 154, 2ª Edição: 1990, Nova Stella Editorial, São Paulo - SP, Brasil).
Foi o que fez Jesus ao defender os apóstolos quando estes colheram espigas num sábado, e foi o que fez quando ordenou um homem a levar sua cama, também num sábado.
Sabemos que a Lei judaica foi dada por herança aos filhos de Israel (Deuteronômio 33.4), e não aos gentios. O sábado foi feito para os judeus, e somente eles tem a obrigação de cumpri-lo, é o que afirma a literatura judaica:
Em contrapartida, o Messias, como o Profeta, pode ordenar - segundo o judaísmo - a alguém que viole um dos preceitos da Torah, caso necessário:
"Por este preceito somos ordenados a ouvir todo profeta, que a paz esteja com eles, e a fazer o que quer que ele ordene, mesmo que isso seja contrário a um ou mais preceitos, desde que isso seja temporário e que não represente uma adição ou subtração permanente, como explicamos na introdução de nosso "comentário sobre a Mishná". O versículo das Escrituras pelo qual Ele nos impõe isto, enaltecido seja Ele, é: "A ele ouvireis" (Deuteronômio 18:15), sobre o qual o Sifrei diz: " 'A ele ouvireis': ainda que ele lhe diga para violar temporariamente um dos preceitos impostos pela Torah, você deve atendê-lo". (Maimônides – Moshé Ben Maimon - Ha Rambam. Os 613 mandamentos (Tariag Ha-Mitzvoth), págs. 153 e 154, 2ª Edição: 1990, Nova Stella Editorial, São Paulo - SP, Brasil).
Foi o que fez Jesus ao defender os apóstolos quando estes colheram espigas num sábado, e foi o que fez quando ordenou um homem a levar sua cama, também num sábado.
Sabemos que a Lei judaica foi dada por herança aos filhos de Israel (Deuteronômio 33.4), e não aos gentios. O sábado foi feito para os judeus, e somente eles tem a obrigação de cumpri-lo, é o que afirma a literatura judaica:
“Os judeus foram abençoados com o Shabat e são os judeus que têm a
responsabilidade de cumpri-lo.” (Daian Dr. Isidor Grunfeld. O Que é
Respeitar o Shabat – Um guia para seu cumprimento e compreensão, pág. 66.
Editora e Livraria Sêfer, 2008, São Paulo, SP, Brasil).
Em razão disto:
“Se [um gentio] estuda a Torá, celebra o Shabat ou cria práticas
[religiosas], uma corte judia deve bater nele, castigá-lo e informá-lo de que é
passível da pena de morte. Entretanto, ele não deve ser executado.”
(Maimônides – Moshé Ben Maimon. Excertos sobre Profecia & As Leis dos Reis,
pág. 118, Editora Maayanot. 1996/ S.Paulo - SP, Brasil).
Na Igreja Primitiva, houve alguns cristãos da seita dos fariseus que
diziam aos gentios conversos a guardarem a Lei de Moisés:
“Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se
levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que
guardassem a lei de Moisés.” (Atos 15.5). - O negrito é meu.
Mas as decisões da Igreja de Jerusalém aos gentios cristãos, foram:
“Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram
com palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis
circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado
mandamento.” (Atos 15.24). O sublinhar e negrito é meu.
Os mandamentos dados pelo Espírito Santo e pelos apóstolos, foi:
“Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais
encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas
sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição,
das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá.” (Atos 15.28,
29).
Ora, sabemos que a guarda do “sábado” não justifica ninguém
diante de Deus, mas como mandamento da Lei revela ao homem o seu pecado e o
condena:
“O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo
testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito
vivifica. E, se o ministério da morte, gravado com letras em
pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar
os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era
transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito?
Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais
excederá em glória o ministério da justiça.” (2 Coríntios 3.6
ao 9). – O negrito e sublinhar é meu.
Ora, as letras gravadas em tábuas de pedras são os dez mandamentos que
Paulo chama de ministério da morte e ministério da
condenação, portanto, essas mesmas letras matam em vez de
doar vida ao pobre pecador. O ministério do Espírito, ou ministério
da justiça por ser pela fé, transmite vida eterna na
pessoa do Senhor Jesus, sendo distinta daquela:
“Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi
feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé.”
(Romanos 4.13). – O negrito é meu.
Entre os sabatistas, dizem que a expressão presente nos escritos
neotestamentários “mandamentos de Deus” (1Coríntios 7.19) se referem aos
"dez mandamentos"(?). Ora, o apóstolo Paulo diz o que
segue:
“Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as
coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.”
(1Coríntios 14.37). – O negrito é meu.
Em nenhuma das treze cartas paulinas,
ele ordenou que se guardasse os dias sabáticos, meses e anos,
pelo contrário, os tem como rudimentos fracos e pobres:
“Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus,
como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres,
aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses,
e tempos, e anos. Receio de vós, que não haja
trabalhado em vão para convosco.” (Gálatas 4.9, 10, 11). – O negrito é meu.
A lei não foi feita para o justificado em Cristo Jesus, mas para estes:
“Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas
para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e
irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os
devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos,
para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina.” (1 Timóteo
1.9, 10). - O negrito é meu.
O selo de Deus com Israel no Sinai foi o sábado; mas para com a Igreja
de Cristo o selo de Deus é a justiça pela fé:
“E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé,
quando ainda estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que crêem,
estando eles também na incircuncisão; a fim de que também a justiça lhes seja
imputada.” (Romanos 4.11). - O negrito é meu.
Quanto ao sinal da circuncisão, todos os crentes carregam em Cristo:
.
“No qual também estais circuncidados com a
circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão
de Cristo; sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela
fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.” (Colossenses
2.11, 12). - O negrito é meu.
Como também está escrito:
“O qual também nos selou e deu o penhor do Espírito
em nossos corações”. (2 Coríntios 1.22). - O negrito é meu.
Se o sábado fosse o 'selo' (?) de Deus para a igreja, os apóstolos devem ter escondido a "sete chaves", pois jamais ensinaram tal coisa. Raciocine: - Estariam eles cumprindo a ordem do Senhor Jesus em anunciar "todas as coisas" (Mateus 28.20) ao esconder da igreja o ensino da guarda do sábado? - O certo é que Jesus jamais deu ordem aos apóstolos, que estes ensinassem a guarda de tal dia. A guarda do sábado não faz parte da doutrina dos apóstolos, é completamente extinta dos ensinos cristãos.
Se o sábado fosse o 'selo' (?) de Deus para a igreja, os apóstolos devem ter escondido a "sete chaves", pois jamais ensinaram tal coisa. Raciocine: - Estariam eles cumprindo a ordem do Senhor Jesus em anunciar "todas as coisas" (Mateus 28.20) ao esconder da igreja o ensino da guarda do sábado? - O certo é que Jesus jamais deu ordem aos apóstolos, que estes ensinassem a guarda de tal dia. A guarda do sábado não faz parte da doutrina dos apóstolos, é completamente extinta dos ensinos cristãos.
Dizem que o sábado precisa ser guardado, por ser perpétuo:
“Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel,
celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua.” (Êxodo
31.16).
Ora, o sábado semanal deve ser guardado pelos filhos de
Israel, sendo esta uma aliança perpétua de Deus com eles.
Por ser “perpétua”, não nos dá a obrigação de “guardá-la”, neste
caso também devemos guardar:
“E será de Arão e de seus filhos, os quais o comerão no lugar santo,
porque uma coisa santíssima é para eles, das ofertas queimadas ao Senhor, por
estatuto perpétuo.” (Levítico 24.9).
E mais:
“E os ungirás como ungiste a seu pai, para que me administrem o
sacerdócio, e a sua unção lhes será por sacerdócio perpétuo nas
suas gerações.” (Êxodo 40.15).
Embora sendo perpétuo, isto foi abolido em
razão de o sacerdócio levítico ter acabado.
“E ele, e a sua descendência depois dele, terá a aliança do sacerdócio perpétuo,
porquanto teve zelo pelo seu Deus, e fez expiação pelos filhos de Israel.”
(Números 25.13).
Ora, sendo Finéias filho de Arão, será que ainda hoje o sacerdócio dele
está de pé, sendo levita? A Bíblia diz que teve fim.
A circuncisão como aliança entre Deus e Israel também é perpétuo:
“Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado
por teu dinheiro; e estará a minha aliança na vossa carne por aliança perpétua.”
(Gênesis 17.13).
Nem mesmo o mandamento da circuncisão que é maior que
o sábado, não é ordenado para a Igreja de Cristo. O pão da proposição
deveria ser colocado perpetuamente perante o Senhor:
“E sobre a mesa porás o pão da proposição perante a minha
face perpetuamente.” (êxodo 25.30).
Embora todas estas coisas foram ditas como sendo perpétuas,
tiveram seu término para a Igreja de Cristo, não estamos debaixo da lei para
cumpri-las. Para "eterno, perpétuo e para
sempre", o vocábulo hebraico é 'olam.
PAULO ERA APÓSTOLO DOS GENTIOS. ENQUANTO ESTEVE COM ELES NUNCA DEIXOU DE
ANUNCIAR TODO O CONSELHO DE DEUS PELA FÉ EM CRISTO
“E agora, na verdade, sei que todos vós, por quem passei pregando o
reino de Deus, não vereis mais o meu rosto. Portanto, no dia de hoje, vos
protesto que estou limpo do sangue de todos. Porque nunca deixei de vos
anunciar todo o conselho de Deus.” (Atos 20.25, 26, 27). - O negrito é
meu.
Ora, Sendo que em todas as suas epístolas o apóstolo jamais
ensinou que se guardasse o “sábado”, logo, não faz parte de TODO
O CONSELHO DE DEUS.
Os que acrescentam o dia de sábado para dentro de “todo o conselho de
Deus”, o faz em desobediência à doutrina dos apóstolos, não tendo os mesmos
dado tal "mandamento" (Atos 15.24).
Há várias outras passagens sobre o tema, mas páro por aqui.
Deus vos abençoe.
Romário N. Cardoso