domingo, 12 de janeiro de 2014

BATISMO: ASPERSÃO OU IMERSÃO?

O batismo nas águas, a imersão, é a forma pela qual está expressa nas Escrituras neotestamentárias, sendo praticada pelos batistas e outros ramos do cristianismo, também pelos pentecostais e seus derivados. Do outro lado, boa parte do protestantismo adota o modo da 'aspersão', isto é, aspergir ou borrifar com água. Afirmam ainda haver 'embasamento' escriturístico quanto à prática aspersionista. Isto é prova de que milhões de pessoas discordam entre si quanto à forma do batismo nas águas se por aspersão ou, imersão.

O autor deste artigo é imersionista e, como tal, tem dialogado com defensor aspersionista assim como tem lido obras em defesa da aspersão. Neste estudo apresento vários textos que um ferrenho aspersionista poderá utilizar contra a imersão para 'provar' (?) a aspersão como uma suposta prática neotestamentária. Nada melhor do que deixar a própria Bíblia responder por si mesma, livre de argumentos filosóficos e malabarismos teológicos. 

Será utilizado o grego do Novo Testamento, o Grego koiné, assim como o Hebraico do Antigo Testamento servindo este como transfundo semítico da ideia ou linha de pensamento dos escritores da Bíblia, afinal, eles eram judeus. O Tanakh - o Antigo Testamento - eram as Escrituras utilizadas pela Igreja nos primeiros anos de sua existência. Importante, então, é saber o significado de uma palavra grega e seu equivalente no hebraico, muito embora a língua aramaica esteja em uso nos dias de Jesus, esta não muda o significado dos termos aqui apresentados. 

 BATISMO: ASPERSÃO OU IMERSÃO?

A palavra "batismo" deriva do grego "baptisma" que consiste nos processos de "imersão, submersão e emerção" (derivado de baptõ, "imergir"). João é chamado de "o batista", isto é, o batizador, por causa de sua relação em "imergir ou mergulhar" as pessoas nas águas. O poeta christão Sedulius, um romano, afirma que "batista é o que mergulha, immerge, o que baptiza; por excellencia, S. João Baptista, precursor de J. Christo."

A palavra "batismo" ocorre 20 vezes no Novo Testamento com mais duas variantes textuais em Mateus 20.22,23.

A palavra "aspersão" deriva do grego "rhantismós" (aspersão) e ocorre 2 vezes nas Escrituras neotestamentárias, a saber, "Hebreus 12.24" e "I Pedro 1.2". O verbo "rhantizõ" (aspergir) ocorre 5 vezes e é a forma mais recente de "rhainõ" (aspergir). O vocábulo rhantizõ (aspergir) ocorre apenas em Mc 7.4Hb 9.13,19,2110.22".

Os verbos "baptõ" (batizar) e "rhantizõ" (aspergir) não são sinônimos e possuem aplicações distintas. O vocábulo "batizar" (baptõ) se refere a "mergulhar/molhar", onde o rico pede a Abraão que Lázaro "molhe" (baptõ= imergir num fluído) a ponta do dedo na água (Lc 16.24). É notável que em lugar algum do Novo Testamento se usa "rhanstismós" (aspersão) ou "rhantizõ" (aspergir) quando o caso é batizar ou imergir na água. O vocábulo "batismo" como já foi dito NÃO DERIVA de 'rhantizõ' (aspergir), mas de "baptõ" (imergir).

O vocábulo hebraico para "imergir" é taba' (imergir, afundar), diferentemente "aspergir" provém do hebraico "zarah" (aspergir, esparramar).

Tendo isto em mente, passo agora aos questionamentos aspersionistas, assim como as devidas respostas aqui elaboradas:

DA ÊNFASE ERRADA SOBRE O BATISMO COM ÁGUA

1. Dizem que Jesus nunca pregou sobre o batismo com água muito menos os apóstolos.

R. É verdade que o centro das pregações do Senhor Jesus e dos apóstolos era o arrependimento do pecador pela exposição das Escrituras, isso ocorre internamente em cada um de nós pela operação do Espírito Santo (João 16.8). Mas desde o príncípio de Seu ministério Jesus (ou os apóstolos) passou a batizar e todos iam ao encontro dEle (João 3.26).

2. Alegam não haver menção de que os escritores do Novo Testamento - com exceção de Paulo - tenham sidos batizados nas águas, pois a Bíblia silencia sobre isso.

R. Tal silogismo é completamente infundado, pois está a equiparar o ministério apostólico com a seita dos fariseus por ensinar e não praticar (Mt 23.3), taxando-os de hipócritas - ainda que indiretamente. Jesus ordenou aos discípulos que ensinassem as nações, quem dentre elas crer, é ordenado que seja batizado (Mc 16.16). Assim, tal silogismo contraria diametralmente o caráter dos ensinos cristãos que é praticar o ensino que se prega.

O BATISMO COM ÁGUA - SINAL DA REALIDADE ESPIRITUAL

3. Dizem que o batismo nas águas é um "tipo" do batismo com o Espírito Santo.

R. De modo algum. O batismo nas águas é um tipo da morte, sepultamento e ressurreição do Senhor Jesus e do convertido com Ele na sua morte (Cl 2.12). Em lugar algum das Escrituras o batismo com o Espírito Santo tipifica morte, sepultamento e ressurreição. O batismo do Espírito é distinto daquele, sendo uma arfimativa de que o crente é envolvido para dentro do poder do Espírito, um "revestimento" (Lc 24.49). No grego neotestamentário "revestir" é o verbo "enduõ" (ir sob, imergir-se), é descrito como que havendo "rios" (gr. potamoi) de "água" (gr. hydatosfluindo (João 7.38) do nosso interior. Para esse abastecimento de água em si mesmo, o cristão precisa de "enduõ" (ir sob, imergir-se) no rio dos rios, o "rio" de Deus (Apoc. 22.1). O cristão é, verdadeiramente, imerso (batizado) no Espírito.

OS COSTUMES JUDEUS

4. Alegam alguns aspersionistas que nas catacumbas de Roma há figuras de 'batismo' (?) por aspersão em que água é derramada sobre a cabeça do batizando.

R. Quanto a isso, o exegeta N. Lawrence Olson explica que "seria muito difícil pintar uma pessoa mergulhada, e que por isso o artista escolheu a atidude que mais lhe servia." Se quando ainda vivos os apóstolos combatiam enxurradas de "heresias" (1 Cor 11.19) que brotavam nos meios cristãos, o que dizer então depois da morte deles? Em razão disso, a forma da aspersão não era universalmente aceita no período pós-apostólico, sendo praticada apenas em casos excepcionais (batismo klinikoi = batismo na cama) e mesmo assim sempre encontrou contestação. Entre os judeus, quando um gentio (um prosélito) se converte ao judaísmo lhe é ministrado um "batismo" (imersão nas águas), tal prática já existia no judaísmo desde tempos imemoriais, eis um comentário rabínico:

"Quando uma pessoa se converte ao judaísmo, ela deve demonstrar através de atos positivos, o seu desejo de mudar de religião. Para ambos os sexos, a imersão em um banho ritual (micvá) tem sido uma exigência antiga. A Bíblia fala sobre a imersão como uma ação necessária para restabelecer o estado de pureza de uma pessoa. Muitos judeus ortodoxos visitam a micvá quando estão se preparando para o shabat e os dias de festa." (Kolatch, Alfred J., Livro Judaico dos Porquês, pág. 318, 3ª Edição, Editora e Livraria Sêfer, São Paulo, SP - Brasil).

Também, quando uma pessoa se converte a Cristo ela é imersa nas águas, a imersão já era adotada pelos judeus e foi com a imersão que João batista apareceu batizando no rio Jordão. A Igreja em seus primeiros anos era composta unicamente de judeus.

O QUE REQUERIA A LEI JUDAICA

5. Alegam que a Lei requeria a circuncisão (Lv 12.3), mandamento que foi cumprido por Jesus aos oito dias de Seu nascimento. Argumentam que um levita para ser consagrado ao sacerdócio se dá apenas com trinta anos (Nm 4.47) sendo borrifado com água para ser purificado (por ser impuro) e tomar um novilho para oferta de seus pecados (Nm 8.8).

R. Os levitas (Jesus não era levita) para serem consagrados ao ministério a Lei determinava os seguintes atos: "borrifa de água, passar navalha sobre sua carne e lavar as vestes" (Nm 8. 7) para se PURIFICAREM. Jesus não era levita muito menos pecador, em razão disso não foi preciso cumprir nenhum desses requisitos de "purificação" (borrifa de água, passar navalha sobre a carne e lavar as vestes), pois seria o mesmo que assinar Seu atestado de impurezamaculado pelo pecado. Um levita deveria ainda tomar um novilho com a sua oblação de flor de farinha de trigo amassada com azeite, e mais outro novilho, por oferta do pecado (Nm 8.8). Jesus, por não ser levita muito menos "pecador ou impuro", não precisou ser borrifado com água e cumprir todas as exigências da Lei. O Sacerdócio do Filho de Deus era completamente distinto daquele. João Batista sabia que "o cordeiro de Deus" era sem mancha e, por isso, não precisava ser borrifado para se purificar, muito menos aparecer com novilho por oferta dos pecados conforme a Lei do levirato. Essa era a Lei que estabelecia o sacerdócio pela linhagem da tribo de Leví, mas que não se destinava a Jesus por ser da tribo de Judá.

O Seu "batismo" (imersão) no rio Jordão era o início de uma nova era, o cumprimento de "toda a justiça" (Mt 3.15) que não pôde ser cumprida pela Torah (Lei), mas pela graça do Filho de Deus e Jesus mostrou isso pela imersão nas águas (mergulhando e ressurgindo) o que denotava o dramático acontecimento de Sua "morte, sepultamento e ressurreição" (Cl 2.12) morrendo em nosso lugar cumprindo assim a exigência da justiça divina. Jesus é o nosso "cordeiro" substituto.

 NAAMÃ E SEU MERGULHO NO JORDÃO

6. Advogam alguns aspersionistas que Naamã desobedeceu a ordem de Eliseu (II Reis 5.10) por ter mergulhado ou imergido (II Reis 5.14) no Jordão.

R. Não é isso que vemos em II Reis 5.14, pois o texto afirma o contrário:

"Então desceu, e mergulhou (gr. bapto) no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus" (...).

Então, Naamã entendeu que o "lavar-se" era por meio do mergulho, o qual é confirmado pelo texto, pois o ato foi "conforme a palavra do homem de Deus", isto é, conforme a intenção do profeta.

A palavra grega bapto (mergulhar) possui o seu equivalente hebraico taba' (afundar):

"Jogou no mar os carros do Faraó e seu exército, e os escolhidos de seus valentes foram submersos (gr. bapto; hebr. taba') no mar Vermelho." (Êxodo 15.4).

O vocábulo grego e seu equivalente hebraico (gr. bapto; hebr. taba') também fala de os pés estarem afundados:

(...) "Teus pés afundam (hebr. taba'; gr. baptõ) na lama e eles se retiram." (Jeremias 38.22).

Como se pode ver, o vocábulo grego "bapto" de onde deriva o termo batismo, se refere a estar dentro e debaixo; mergulhar, afundar.

BATISMO NO MAR E NA NUVEM

7. Questionam o fato de Deus ter batizado Seu povo "no mar e na nuvem", conforme relato de Paulo em 1Coríntios 10.2. Afinal, dizem, se "bapto" significa imergir, afundar, o povo foi imergido no mar?

R. O argumento aspersionista é capcioso. Mas, a ideia do termo "batismo" requer que o batizando esteja no "interior" da água, o que vem a denotar estar " entre, debaixo d'água e ressurgir dela". O batismo cristão é símbolo de "morte, sepultamento e ressurreição" (Cl 2.12). No mar os judeus estavam em lugar fundo rodeados por gigantescas muralhas de águas, por cima havia tão grande e colossal nuvem que os encobriam completamente. Eles estavam no interior das águas, tal como o sepucro de Jesus na rocha escavada. O sepulcro de Jesus era uma caverna em que se podia entrar e caminhar dentro da rocha, assim era a cova (Gn 23.19) que Abraão comprou para sepulcro de Sara, em cuja cova também foi ele sepultado (Gn 25.10).

Para "cova" (caverna), o vocábulo hebraico é me'areh (cova, caverna, covacho, gruta, antro, refúgio). No mar, Deus proveu uma cova ou gruta de águas para refúgio e salvação de Seu povo; nós os cristãos fomos pelo batismo mortos com Cristo e sepultados com Ele em Sua "cova, caverna, sepultura" (Mt 27.60; Cl 2.12) e ao sair de dentro dela também tomamos parte em Sua ressurreição. No mar e na nuvem, os judeus estavam numa cova ou caverna de águas feita pelo Eterno, enaltecido seja Ele. A 'aspersão' (?) de modo algum denota ou transmite a ideia de estar dentro duma cova ou caverna formada por águas; a imersão é o mais puro e real sentido de se estar no interior e coberto pela água. Batizados no mar e na nuvem, significa que os judeus deveriam considerar-se mortos e sepultados quanto à forma de escravidão e vaidades (idolatria) aprendidas no Egito para entregar-se ao único e Soberano Deus. Eles foram batizados no mar, mas saíram do interior das águas para um novo horizonte que Deus lhes abria.

FALTA DE RIO E AUSÊNCIA DA MENÇÃO DE MUITAS ÁGUAS

8. É comum os aspersionistas argumentarem que em Jerusalém não havia rio para os apóstolos batizarem quase três mil pessoas (Atos 2.41), e que as Escrituras não dizem em que lugar de Damasco Paulo foi batizado (Atos 9.18), há o caso de Filipe e o eunuco (Atos 8.36), etc.

R. Estas são as passagens prediletas dos aspersionistas que costumam invocar contra a imersão. Embora não haja rio na cidade de Jerusalém, a mesma era abastecida por vários aquedutos, água era o que não faltava em Jerusalém, além de que havia adicionalmente muitos "tanques" (hebr. micvá) ao pé do monte do Templo para imersão dos judeus nos dias das grandes festas judaicas, foi nesse período de festa que cerca de três mil judeus foram batizados. Nota-se que os judeus fazem menção desses grandes abastecimentos de águas em Jerusalém:

"A Bíblia fala sobre a imersão como uma ação necessária para restabelecer o estado de pureza de uma pessoa. Muitos judeus ortodoxos visitam a micvá quando estão se preparando para o shabat e os dias de festa." (Kolatch, Alfred J., Livro Judaico dos Porquês, pág. 318, 3ª Edição, Editora e Livraria Sêfer, São Paulo, SP - Brasil).

Quanto à conversão e batismo de Paulo em Damasco, é necessário esclarecer que a cidade é banhada por dois rios, um deles se divide em sete braços como em forma de leque. Água também não era problema, em um desses rios foi o apóstolo batizado. Aliás, é contraditório os aspersionistas dizerem "imergir/afundar" (batizar) por "aspergir" (chuviscar).

Quanto ao diácono Filipe ter batizado o eunuco, embora tal passagem não conste em certos manuscritos se faz presente em outros; o modo foi por imersão. O eunuco avistou água suficiente em que pudesse ser imergido:

"E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. E mandou parar o carro e desceram ambos à água, tanto Filipe quanto o eunuco, e o batizou." (Atos 8.36, 37, 38).

Ora, por certo o viajante eunuco levava água de reserva em odres para beber pelo caminho, bastava ele pedir para Filipe pegar um odre de água e derramar um pouco sobre sua cabeça e já estaria 'aspergido' (batizado?)! Por que não o fez? - Porque sabia que um prosélito é imergido:

"Quando uma pessoa se converte ao judaísmo, ela deve demonstrar através de atos positivos, o seu desejo de mudar de religião. Para ambos os sexos, a imersão em um banho ritual (micvá) tem sido uma exigência antiga." (Kolatch, Alfred J., Livro Judaico dos Porquês, pág. 318, 3ª Edição, Editora e Livraria Sêfer, São Paulo, SP - Brasil).

Ele era um prosélito do judaísmo, pois estava voltando da "adoração" em Jerusalém e sabia que estava aderindo e se tornando membro do Corpo dos que creem que Jesus é o Filho de Deus. A forma de exteriorizar sua crença era a tão conhecida pelos prosélitos, a imersão, tal qual havia feito anteriormente quando se convertera ao judaísmo.

O vocábulo hebraico para "imergir" é taba' (imergir, afundar), diferentemente, o termo "aspergir" corresponde ao termo hebraico "zarah" (aspergir, esparramar).

Finalizando, ainda há muitos outros textos que se fossem aqui comentados, alongaria mais ainda este artigo. Creio que os aqui apresentados são suficientes. Para um bom entendedor, nada mais precisa.

Romário N. Cardoso

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

EDIFICADOS SOBRE PEDRO? - UMA OVA!

"Por isso, eu te digo: tu és Pedro (gr. petros), e sobre esta pedra (gr. petra) edificarei a minha Igreja, e as forças do inferno não poderão vencê-la." (Mateus 16.18).

Com base neste texto, em quem a Igreja está edificada, Pedro, ou Jesus?

Em lugar algum os escritores da Bíblia usam "petros" para pedra. O apóstolo João diz que o aramaico Cefas não é interpretado por "petra" mas "petros":

"E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: "Tu é Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (o que é interpretado Petros)." (João 1.42).

O vocábulo grego "petra" ocorre 15 vezes no Novo Testamento, a saber Mt 7.24,25; 16.18; 27.51,60; Mc 15.46; Lc 6.48; 8.6,13; Rm 9.33; 1Cor 10.4; 1Pe 2.8; Ap 6.15,16.

No deserto os Judeus beberam duma "petra" que os seguia:

"E beberam da mesma fonte espiritual; porque beberam duma pedra (gr. petra) espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo." (1Cor 10.4).


Essa mesma pedra está em operação na Nova Aliança clamando para que todos venham beber dela:

"No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba." (João 7.37).

Cristo é a pedra (gr. lithos) de tropeço e rocha (gr. petra) de escândalo:

"E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados." 1Pe 2.8.

A rocha de escândalo é Cristo:

"Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos." (1Cor 1.23).

Sobre essa rocha (gr. petra) de escândalo é que nossa "casa" está edificada:

"Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha (gr. petra). (Mt 7.24).

Essa rocha (gr. petra) é o fundamento pela qual a Igreja está edificada, não há outro fundamento a não ser Cristo. O apóstolo Paulo diz que nem ele mesmo, ou Apolo, ou Cefas é fundamento da Igreja, a doutrina Cristã é que não se pode por outro fundamento a não ser Cristo:

"Porque ninguém pode por outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo." (1Cor 3.11).

Em grego, "fundamento" é "epoikodomeõ" (edificar sobre), portanto, Cristo falava de si mesmo em Mateus 16.18 e não de Pedro. A única pedra (gr. petra) de fundamento da Igreja é Cristo, não se pode por outra por ser insubstituível, permanente e eterna. A Igreja está edificada e bebe da pedra (petra) que é Cristo, e não Pedro.

Colocar Pedro como fundamento no lugar de Cristo é uma heresia da 'igreja' de Roma. A Igreja de Cristo está "edificada sobre" (epoikodomeõ) a rocha (petra) (Mt 7.24), nem mesmo os inimigos da Igreja qual "chuva, rio e ventos de destruição" (Mt 7.25) a conseguiu destruir no decorrer da história sobre as mais crueis formas de perseguição.